Dois livros como sugestão de leitura para o mês de Junho. Diante de tanta violência do estado, de tanta desigualdade onde o estado mostra efetivamente para que foi criado, nos perguntamos: mas quem é o estado? Ora, o estado não é uma pessoa natural, não tem vontade própria, o estado é reflexo de quem está no poder do estado, e quem está no poder do estado não é o povo. Por este motivo o povo europeu e norte americano, onde a "democracia" também não é democrática*, onde as opções foram reduzidas em votar em uma "equerda" neoliberal ou uma "direita" neoliberal, o povo vota cada vez menos. A abstenção eleitoral (pessoas que não votam) nas eleições em estados europeus gira em torno de 60%, para mais (aluns casos chega em 70%) ou um pouco para menos (56% na Italia; 58% na França em 2010). Para nos ajudar a refletir sobre tudo isto ninguém melhor que o grande escritor português José Saramago.
*(há brilhantes exceções como o que ocorre hoje na Bolívia, um fenomenal exemplo de democracia radical)
O primeiro livro é o "Ensaio sobre a cegueira" publicado aqui no Brasil pela editora Companhia das Letras de São Paulo.
Neste livro Saramago descreve uma cegueira branca. Em vez de ficar tudo escuro fica tudo branco. É uma cegueira moral. As pessoas não conseguem ver o que está diante de seus olhos e seguem vivendo uma vida completamente insana. Incrivel como as coisas são tão claramente absurdas e as pessoas não conseguem ver. Até que aos poucos as pessoas começam a enxergar, o que como Caetano diria:
"E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio"
O segundo livro de Saramago é o "Ensaio sobre a lucidez". Neste livro Saramago descreve uma eleição onde ninguém vai votar. De repente a lucidez acontece. Não, não queremos continuar sendo enganados, não queremos continuar vivendo neste sistema insano. Ouçam a voz dos jovens espanhóis nas praças em Madrid e Barcelona. Prestem atenção em suas reivindicação e percebam a negação de qualquer forma de violência e opressão.
Este livro foi publica no Brasil pela Editora Companhia das Letras de São Paulo.
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