quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

1121- VIDEO - Programa Contraponto noticias e culura - 11 a 13

Seguem os links para assistir os programas Contraponto noticias e Contraponto cultura de fevereiro de 2012:

Contraponto com Tatiana Ribeiro de Souza; José Luiz Quadros de Magalhães e Tulio Picinini
Comentários sobre os filmes de Lars Vont Trier "Melancholia" e "Dogville" e do filme "De olhos bem fechados" de Stanley Kubrick.

Contraponto com Tatiana Ribeiro de Souza; José Luiz Quadros de Magalhães e Tulio Picinini
Comentários sobre a expulsão pela polícia de São Paulo dos moradores de Pinheirinhos.
Comentários sobre a crise européia.

 Contraponto com Tatiana Ribeiro de Souza; José Luiz Quadros de Magalhães e Tulio Picinini
Comentários sobre o livro de Bauman "Amor Liquido".

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

1119- MIDIA LIVRE - O Oscar na periferia do mundo: era uma vez um Império que fazia cinema - Oscar Guisoni

Arte & Cultura| 26/02/2012 | Copyleft

O Oscar na periferia do mundo: era uma vez um Império que fazia cinema

Hollywood padece da mesma anemia de poder que foi se apoderando do império americano. Embora não tenha deixado de impor densos valores culturais ao resto do mundo, o glamour de suas estrelas já não brilha como antes e seu modelo narrativo já não produz tanto impacto. Vítima de seu próprio êxito, Hollywood se esforça a cada ano em renovar as expectativas em um mundo no qual os relatos se tornaram mais dispersos e menos hegemônicos graças à proliferação das novas tecnologias da comunicação. "And the winner is… "a periferia do mundo, que tem ainda muito para dizer e não pode nem quer dizer do jeito hollywoodiano. O artigo é de Oscar Guisoni.

Os prêmios da Academia de Hollywood foram entregues pela primeira vez no dia 16 de maio de 1929. O contexto político e social não pode ser mais significativo: faltam apenas alguns meses para o grande Crack de outubro, os Estados Unidos vive montado na maior bolha especulativa de sua história, a Europa se contorce no caos sob os efeitos das crises políticas que afetam a maior parte de seus países e, na periferia do mundo, poucos sabem ainda o que significa a palavra Hollywood, embora muitos já tenham percebido na própria pele em que consiste o novo poderio norte americano.

O prêmio de melhor filme coube a Wings, um melodrama de William Wellman sem nenhuma importância cinematográfica hoje em dia, mas cuja história se mostra reveladora do papel que jogou o cinema norte americano ao longo da maior parte do século XX. O filme conta a história de dois homens (Jack Powell e David Armstrong) confrontados pelo amor de uma mulher (Jobyna Ralston), até que estoura a Primeira Guerra Mundial e os sentimentos patrióticos se colocam acima das disputas amorosas. No final, todos terminam contentes e felizes, os homens compreendem que não existe mulher que valha mais que a amizade que se estabelece entre eles na frente de guerra e matar o inimigo é mais importante que qualquer ciúme doméstico.

Desde que sintetizou sua extraordinária maneira de narrar, no começo do século XX, baseada na síntese extrema dos relatos, a importância das imagens acima dos textos e na construção de heróis de fácil assimilação pública, o cinema americano cumpriu dois papéis de vital importância em nível político: enviou uma mensagem de unificação nacional à convulsionada América da época, construindo uma potente mitologia patriótica e estabeleceu um modelo ideal de relato impregnado de densos valores morais, que seria estabelecido como padrão de um modelo de contar as histórias na periferia do mundo. O novo império político e econômico havia encontrado no cinema um instrumento de poder soft de primeiríssima importância.

Ao glamour das novas estrelas, que começariam a brilhar com mais força a partir do cinema sonoro em 1930, se oporia, após1933, um relato muito mais tosco e menos soft: a delirante propaganda nazista instrumentalizada por Joseph Goebbels. Como Hollywood, Goebbels também pretendia criar heróis e exaltar os valores patrióticos. Mas não tinha em conta que os principais recursos artísticos alemães marcharam para o exílio e estavam pondo todo seu conhecimento cinematográfico à serviço dos Estados Unidos.

Iluminadores, atrizes, diretores, muitos dos grandes mestres do esplendor em preto e branco do cinema americano da convulsa década de 40 provêm da Alemanha e deixaram sua marca indelével na nova estética de Hollywood.

O relato americano se torna tão potente, sobretudo depois da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, que não tarda em começar a ser assumido como o grande modelo por excelência, sendo copiado sem clemência pela incipiente indústria cinematográfica da periferia, sobretudo na América Latina. Para perceber esta influência bastaria realizar um simples exercício de mistura de imagens tomadas ao acaso dos filmes mais populares produzidos no continente durante esses 20 anos cruciais, especialmente pelas potentes cinematografias nacionais mexicanas e argentinas: a mesma iluminação, o mesmo uso da música, os mesmos temas amorosos, o mesmo modo de construir os heróis.

Hollywood impõe desta maneira uma poderosa narrativa própria que se reproduz internamente em cada país graças à numerosa trupe de imitadores que surgem em cada canto do mundo. Em 1956, como uma espécie de resposta indireta aos primeiros questionamentos europeus a esta narrativa invasiva – sobretudo franceses –, a Academia cria o Oscar ao Melhor Filme de língua não-inglesa. O prêmio havia começado a ser outorgado de fato em 1947, ao mesmo tempo em que os EUA estreavam como nova potência hegemônica mundial, mas não se afirmou até meados dos anos 50, quando ficou estabelecido como um prêmio a mais, como categoria permanente.

Durante as primeiras épocas o galardão foi utilizado para premiar o melhor do cinema europeu contemporâneo. Premiando De Sica, Fellini, Buñuel, Truffaut ou Bergman, Hollywood se permitia um toque de arte diferente do que surgia de sua própria colheita e tratava de driblar as críticas à sua narrativa mais ideológica. O chamado Terceiro Mundo, enquanto isso, não merecia sua atenção. Com a exceção de um ou outro filme japonês e de algum filme de diretor europeu produzido em países africanos, a periferia cinematográfica do mundo não obteve nenhum prêmio da Academia até 1985 quando o argentino Luis Puenzo ganhou o prêmio com "A história oficial", um duro relato sobre os desaparecidos durante a ditadura militar do general Videla. E teve que esperar até a primeira década do presente século para ver premiadas produções da África do Sul, Taiwan ou Bósnia-Herzegovina.

Na atualidade a Academia padece da mesma anemia de poder que pouco a pouco foi se apoderando do império americano. Embora não tenha deixado de impor densos valores culturais ao resto do mundo, o glamour de suas estrelas já não brilha como antes e seu modelo narrativo já não produz tanto impacto. Vítima de seu próprio êxito, Hollywood se esforça a cada ano em renovar as expectativas em um mundo no qual os relatos se tornaram mais dispersos e menos hegemônicos graças à proliferação das novas tecnologias da comunicação. And the winner is… a periferia do mundo, que tem ainda muito para dizer e não pode nem quer dizer do jeito hollywoodiano.
Tradução: Libório Junior

domingo, 26 de fevereiro de 2012

1118- VIDEOS - Entendendo a crise do capitalismo

É fundamental que nós sejamos capazes de entender a crise global para que não continuemos a escutar e reproduzir as mentiras recorrentes da grande midia global (no Brasil representadada pelas grandes redes de TV e grande parte dos jornais e revistas nacionais). Vivemos um embate global pela construção (fictícia) da explicação da crise. Disto depende a continuidade de um sistema irracional; injusto e destrutivo. Ou nós temos coragem de desconfiar; de pensar; questinonar; ou as coisas vão piorar. Vejam os dois videos abaixo e leiam a entrevista. Nós podemos pensar, basta ter coragem de parar de reproduzir a mensagem pronta e mentirosa da grande midia.


Crise da Espanha:

Crise do capitalismo:

O verdadeiro sentido das coisas:





São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 2012Mundo


Crise beneficia os mais ricos, diz geógrafo


Para David Harvey, a lógica das políticas de austeridade é perpetuar o desastre econômico e concentrar mais o poder


Professor vê ascensão do nacionalismo e diz esperar movimentos mais sólidos contra a desigualdade no mundo



Janduari Simões - 29.jan.2009/Folhapress
Harvey durante debate no Fórum Social Mundial, em 2009
Harvey durante debate no Fórum Social Mundial, em 2009



ELEONORA DE LUCENA
DE SÃO PAULO



As políticas de austeridade perpetuam o desastre econômico. E há uma lógica por trás disso: os ricos e poderosos se beneficiam da crise, que provoca mais concentração de renda e de poder político. A análise é do geógrafo marxista David Harvey, 76.
Professor de antropologia da Universidade da Cidade de Nova York, ele fala da ascensão do pensamento de direita e espera a emergência mais sólida de movimentos contra a desigualdade.
"Até pessoas muito ricas, como Warren Buffett, reconhecem que a desigualdade foi longe demais", afirma.
Harvey estará no Brasil nesta semana para debates em São Paulo e no Rio e para o lançamento de seu livro "O Enigma do Capital".


Folha - Como analisa a crise?
David Harvey - As crises não são acidentes. São fundamentais para o funcionamento do capitalismo. O capital não resolve as crises, mas as move de um lugar para o outro.

Que mudanças ocorrerão?
A China está além do limite e terá problemas difíceis. Há superprodução e superinvestimento e haverá fortes pressões inflacionárias.

Como avalia o caso da Grécia?
A Grécia terá que declarar moratória e deixar o euro. No curto prazo, pode ser traumático, mas a Argentina decretou moratória e voltou mais forte. É preciso sair do euro para fazer o que a Argentina fez: desvalorizar a moeda.

Qual o impacto dessa crise na política?
A visão da direita é muito nacionalista. Há a emergência do nacionalismo não só na Grécia, mas em outras partes, o que pode se mover para ditaduras. Há uma transferência de riqueza do povo para os bancos, e o povo protesta em muitos países.

A crise ampliará a diferença entre ricos e pobres?
Nos EUA, os dados mostram que a desigualdade de renda cresceu de forma notável com a crise. Cresce também a desigualdade de poder político. Há muitos movimentos no mundo contra a desigualdade.

Mas a direita cresce.

Sim. Não é só a direita que está crescendo, mas um movimento nacionalista, que também existe na esquerda. Uma das respostas políticas é tentar cortar as ligações com a globalização e buscar um programa de autonomia local e de autodeterminação local, demandas que estão na esquerda e na direita.

Isso pode levar a guerras?
Gerará mais tensões. Podemos ver conflitos militares regionais, não o tipo de guerra dos anos 40. Por exemplo, o Brasil tem uma versão disso nos conflitos das favelas do Rio de Janeiro.

E o que deve ser feito?
É preciso que haja um movimento político que enfrente a questão sobre qual deve ser o futuro do capital. Não vejo nenhum movimento fazendo isso de forma coerente. É o que tento estimular.

E o que o sr. defende?
Acredito que os trabalhadores precisam ter o controle do seu processo produtivo. Eles deveriam se auto-organizar em fábricas, locais de trabalho, nas cidades. A ideia é que associações de trabalhadores possam regular sua produção e suas decisões. É preciso também ter um mecanismo de coordenação, o que é diferente dos mercados.

Isso não é tarefa do Estado?
Historicamente o Estado tem que fazer isso, mas muitas pessoas não confiam no Estado, pois ele é muitas vezes corrupto e foi desenhado essencialmente para benefício do capital, não em benefício do povo. É preciso pensar numa forma alternativa de coordenação e organização.
Em "O Enigma do Capital" (2010), o sr. propõe criar um "partido da indignação" contra um "partido de Wall Street". Como vai essa ideia?
Há muitas diferenças entre os movimentos pelo mundo. Nos EUA, o movimento "Occupy" é pequeno e fragmentado e não está maduro em termos de força política. Isso poderá ser mudado.

Em "O Novo Imperialismo" (2003), o sr. fala da questão da hegemonia dos EUA. Como vê isso hoje?
Os EUA continuarão a ser um poder significativo, mas não da forma que foram nos anos 70 e 80. Haverá poderes hegemônicos regionais. O Brasil será um deles. China, Índia e Alemanha também.

O consumismo é ainda a chave para a paz social nos EUA, como o sr. diz no mesmo livro?
Austeridade reduz o padrão de vida, o consumo, a produção e o emprego. Torna as coisas ainda piores. Mas EUA e Europa estão engajados na política da austeridade, e isso está perpetuando a crise. Mas há uma lógica por trás na perpetuação da crise: as pessoas poderosas e influentes se beneficiam dela. Os ricos estão indo muito bem. Portanto, perpetuar a crise é uma forma de perpetuar seu crescente poder e sua crescente riqueza.

Em "The Limits to Capital" (1982), o sr. descreve a dinâmica do capital. O poder das finanças cresce com a crise?
Sim. O capital financeiro é hoje importante como nunca foi. Mais ativos serão fornecidos ao setor bancário. Quando é preciso mais dinheiro, o Fed [banco central dos EUA] aparece com um trilhão de dólares e joga no mercado.
Portanto, não há limite à capacidade de criar o poder do dinheiro. Há limites em muitas outras áreas: recursos naturais, produção de commodities etc. Não há limite ao poder do capital financeiro.

O sr. está otimista?
Sou otimista no sentido de que acredito que as pessoas vão reconhecer que há limites sérios no capitalismo e que é preciso considerar modos alternativos. De outro lado, a volatilidade é tanta que as pessoas podem tomar direções malucas, o que pode levar a autoritarismos e a sérias rupturas na economia.

As ideias que o sr. defende não podem ser consideradas utópicas?
Pode ser. Mas mesmo o pensamento dominante está começando a reconhecer que o nível de desigualdade que existe hoje não pode ser sustentado. Até pessoas muito ricas, como Warren Buffett, reconhecem que a desigualdade foi longe demais.



Leia a íntegra da entrevista

folha.com/no1053440

ALAIN BADIOU. VAMOS SALVAR O POVO GREGO DOS SEUS SALVADORES!

Alain Badiou, Jean-Christophe Bailly, Étienne Balibar, Claire Denis, Jean-Luc Nancy, Jacques Ranciere, Avital Ronell. Vamos salvar o povo grego dos seus salvadores! February 23, 2012. Translation into Portuguese by Alexandra Balona de Sá Oliveira and Sofia Borges.


Num momento em que um em cada dois jovens gregos está desempregado, onde 25 000 sem-abrigo vagueiam pelas ruas de Atenas, onde 30% da população desceu abaixo da linha de pobreza, onde milhares de famílias são forçadas a dar os seus filhos para que estes não morram de fome e frio, onde novos pobres e refugiados disputam o lixo nos aterros sanitários, os “salvadores” da Grécia, sob o pretexto de que os “Gregos” não fazem um “esforço suficiente” impõem um novo plano de ajuda que duplica a dose letal administrada. Um plano que elimina o direito ao trabalho, e que reduz os pobres à miséria extrema, tudo isto fazendo desaparecer do cenário as classes médias.
O objectivo não deve ser o "resgate" da Grécia: sobre este ponto, todos os economistas dignos desse nome estão de acordo. Trata-se de ganhar tempo para salvar os credores conduzindo o país a uma falência em diferido. Trata-se sobretudo de fazer da Grécia um laboratório de mudança social que, num segundo momento, se generalizará a toda a Europa. O modelo experimentado nos Gregos é o de uma sociedade sem serviços públicos, onde as escolas, hospitais e centros de saúde caem em ruína, onde a saúde passa a ser um privilégio dos ricos, onde as populações vulneráveis são condenadas a uma eliminação programada, enquanto que aqueles que ainda trabalham são condenados a formas extremas de empobrecimento e precariedade.
Mas para que esta ofensiva do neo-liberalismo possa alcançar os seus objectivos, será necessário instaurar um regime que faça a economia dos direitos democráticos mais elementares. Sob a exigência dos salvadores, vemos instalar-se na Europa um governo de tecnocratas que desrespeita a soberania popular. Trata-se de um momento de viragem nos regimes parlamentares, onde vemos os "representantes do povo" dar carta branca aos especialistas e aos banqueiros, abdicando do seu suposto poder de decisão. De uma certa forma, trata-se de um golpe de Estado, que faz também apelo a um arsenal repressivo amplificado face aos protestos populares. Assim, quando os membros ratificaram a convenção ditada pela troika (União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional), diametralmente oposta ao mandato que estes tinham recebido, um poder desprovido de legitimidade democrática terá comprometido o futuro do país por trinta ou quarenta anos.
Paralelamente, a União Europeia prepara-se para constituir uma conta bloqueada para onde será transferida directamente a ajuda financeira à Grécia, para que esta seja usada unicamente ao serviço da dívida. As receitas do país devem ser consagradas como “prioridade absoluta” ao reembolso dos credores e, se necessário, pagas directamente nessa conta criada pela União Europeia. A convenção estipula que todas as novas obrigações emitidas dentro deste quadro serão regidas pela lei inglesa, que envolve garantias materiais, enquanto que os diferendos serão julgados pelo tribunal do Luxemburgo, tendo a Grécia renunciado à partida qualquer direito de recurso contra uma tomada determinada pelos seus credores. Para completar o cenário, as privatizações serão confiadas a um fundo gerado pela troika, onde serão depositados os títulos de propriedade dos bens públicos. Em suma, é a pilhagem generalizada, característica própria do capitalismo financeiro que oferece aqui uma bela consagração institucional. Na medida em que vendedores e compradores se sentarão no mesmo lado da mesa, não duvidamos que esta tarefa de privatização seja um verdadeiro festim para os compradores.
Todas as medidas tomadas até agora não fizeram mais do que afundar a dívida soberana grega e, com o auxílio dos salvadores que emprestam a taxas exorbitantes, esta, literalmente, explodiu aproximando-se dos 170% de um PIB em queda livre, enquanto que em 2009 representava somente 120%. É provável que este grupo de resgate – sempre apresentado como “final” – não tenha outro propósito que o de enfraquecer ainda mais a posição da Grécia, de forma a que, privada de toda a possibilidade de propor ela mesma termos de uma reestruturação, seja reduzida a ceder tudo aos seus credores sob a chantagem de “a catástrofe ou a austeridade”.
O agravamento artificial e coercivo do problema da dívida foi utilizado como uma arma para tomar de assalto uma sociedade inteira. É com sabedoria que usamos aqui termos relevantes do domínio militar: trata-se de facto de uma guerra conduzida pelos meios da finança, da política e do direito, uma guerra de classe contra a sociedade inteira. E o espólio que a classe financeira conta arrebatar ao “inimigo”, são os privilégios sociais e os direitos democráticos, mas em última análise, é a possibilidade mesma de uma vida humana. A vida daqueles que não produzem nem consomem o suficiente, ao olhar das estratégias de maximização de lucro, não devem ser conservadas. Assim, a fragilidade de um país apanhado entre a especulação sem limites e os planos de resgate devastadores, torna-se na porta de saída por onde irrompe um novo modelo de sociedade adequado às exigências do fundamentalismo neoliberal. Modelo destinado a toda a Europa, e talvez até mais. Esta é a verdadeira questão e é por isso que defender o povo grego não se reduz a um gesto de solidariedade ou de humanidade abstracta: o futuro da democracia e o destino dos povos europeus estão em questão. Por todo o lado a “necessidade imperiosa” de uma austeridade “dolorosa, mas salutar” vai nos ser apresentada como o meio de escapar ao destino grego, enquanto esta por aí avança sempre em frente.
Perante este ataque persistente contra a sociedade, perante a destruição das últimas ilhotas da democracia, nós apelamos aos nossos concidadãos, nossos amigos franceses e europeus a exprimirem-se alto e forte. Não podemos deixar o monopólio da palavra aos especialistas e aos políticos. O facto de a pedido dos dirigentes alemães e franceses em particular a Grécia seja de agora em diante interdita de eleições pode deixar-nos indiferentes? A estigmatização e o denegrir sistemático de um povo europeu não merece uma resposta? Será possível não elevar a voz contra o assassinato institucional do povo grego? E poderemos nós permanecer silenciosos perante a instauração forçada de um sistema que proíbe a própria ideia de solidariedade social?
Nós estamos no ponto de não retorno. É urgente lutar contra a batalha dos números e a guerra das palavras para conter a retórica ultra-liberal do medo e da desinformação. É urgente desconstruir as lições de moral que ocultam o processo real posto em prática na sociedade. Torna-se mais do que urgente desmistificar a insistência racista sobre a “especificidade grega”, que pretende fazer do suposto carácter nacional de um povo (preguiça e astúcia à vontade) a causa primeira de uma crise, na realidade, mundial. O que conta hoje não são as particularidades reais ou imaginárias, mas as comuns: o destino de um povo que afectará todos os outros.
Muitas soluções técnicas têm sido propostas para sair da alternativa “ou a destruição da sociedade ou a falência” (que quer dizer, vemo-lo hoje: “e a destruição e a falência”). Tudo deve ser tido em conta como elemento de reflexão para a construção de uma outra Europa. Mas primeiro, é necessário denunciar o crime, trazer à luz do dia a situação onde se encontra o povo grego devido aos “planos de ajuda” concebidos por e para os especuladores e os credores. Num momento em que um movimento de apoio se tece em todo o mundo, onde as redes sociais emitem iniciativas de solidariedade, serão os intelectuais franceses os últimos a elevar a sua voz pela Grécia? Sem mais demora, vamos multiplicar os artigos, as intervenções nos media, os debates, as petições, as manifestações. Porque toda a iniciativa é bem-vinda, toda a iniciativa é urgente.
De nossa parte, eis o que propomos: formar rapidamente um comité europeu de intelectuais e artistas pela solidariedade com o povo grego que resiste. Se não formos nós, quem será? Se não for agora, será quando?
Vicky Skoumbi, editora chefe da revista «Alètheia», Athènes, Michel Surya, director da revista «Lignes», Paris, Dimitris Vergetis, director da revista «Alètheia», Athènes. E: Daniel Alvara, Alain Badiou, Jean-Christophe Bailly, Etienne Balibar, Fernanda Bernardo, Barbara Cassin, Bruno Clément, Danielle Cohen-Levinas, Yannick Courtel, Claire Denis, Georges Didi-Huberman, Roberto Esposito, Francesca Isidori, Pierre-Philippe Jandin, Jérôme Lèbre, Jean-Clet Martin, Jean-Luc Nancy, Jacques Rancière, Judith Revel, Elisabeth Rigal, Jacob Rogozinski, Hugo Santiago, Beppe Sebaste, Michèle Sinapi, Enzo Traverso.

http://www.egs.edu/faculty/alain-badiou/articles/vamos-salvar-o-povo-grego-dos-seus-salvadores/



1117- VIDEOS AULA 11 e 12 - TEORIA DO ESTADO E DA CONSTITUIÇÃO - O Estado Social

A seguir dois videos sobre o Estado Social.
Lembrem que são resumos orais do que foi discutido em sala de aula com maior detalhamento. Estas revisões, é claro, não substituem as aulas e a necessária leitura dos textos e livros indicados em sala de aula. Muitos dos textos e sugestões de livros podem ser encontrados no blog, incluíndo os livros Direito Constitucional volumes I; II e III que contém toda a matéria de Direitos Humanos e Fundamentais; Teoria do Estado e Teoria da Constituição.

PARA ASSISTIR OS VIDEOS COM AS MARCAÇÕES (COMENTÁRIOS ESCRITOS) CLICAR NO LINK DO YOUTUBE.

1-  Do Estado Liberal ao Estado Social:
http://www.youtube.com/watch?v=jeLnBtpDmmk&feature=g-upl&context=G2ea5802AUAAAAAAABAA





2- O Estado Social
http://www.youtube.com/watch?v=Ha0uBNOgTRI&feature=g-upl&context=G22d05f4AUAAAAAAAAAA

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

1115- VIDEOS AULA DE 8 a 10 - TEORIA DO ESTADO E DA CONSTITUIÇÃO 3 - Crise do Estado Liberal

A seguir três videos sobre a crise e as transformações no direito liberal e no constitucionalismo liberal do século XIX. A concentração econômica e a criminalização dos movimentos sociais.
Lembrem que são resumos orais do que foi discutido em sala de aula com maior detalhamento. Estas revisões, é claro, não substituem as aulas e a necessária leitura dos textos e livros indicados em sala de aula. Muitos dos textos e sugestões de livros podem ser encontrados no blog, incluíndo os livros Direito Constitucional volumes I; II e III que contém toda a matéria de d Direitos Humanos e fundamentais; Teoria do Estado e Teoria da Constituição.

PARA ASSISTIR OS VIDEOS COM AS MARCAÇÕES (COMENTÁRIOS ESCRITOS) CLICAR NO LINK DO YOUTUBE.

1- Os três problemas do discurso liberal no século XIX
http://www.youtube.com/watch?v=Kfi_0kNR_TY&feature=youtu.be 




2- Os problemas do liberalismo e suas consequencias sociais.
http://www.youtube.com/watch?v=_ojIilphiWg&feature=youtu.be






3-  As rebeliões sociais e a criminalidade no século XIX e a resposta do Estado Liberal.




4- Filmes que ilustram tudo isto: 

a) "Daens"
http://www.youtube.com/watch?v=Nv6WXM_uavo&feature=related 

b) "O Corte" - Costa Gavras: 
http://www.youtube.com/watch?v=ZBOsr5BIUSk&feature=related

c) "Cronicamente inviável"
http://www.youtube.com/watch?v=VQEtQ1KA2Ds&feature=related 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

1114- COLUNA - Fraternidade e Saúde pública: um grande desafio - Coluna do Frei Gilvander


Fraternidade e Saúde pública: um grande desafio.

Gilvander Moreira[1]

"A saúde é direito de todos e dever do Estado.” (Art. 196 da CF/1988)


Desde 1963, há 49 anos, a CNBB[2], anualmente, durante os 40 dias da quaresma, promove a Campanha da Fraternidade – CF -, que tem colocado para estudo, reflexão e ação assuntos que são grandes desafios – clamores ensurdecedores - no seio da sociedade. O Tema da CF/2012 é "Fraternidade e Saúde pública"; o Lema: "Que a saúde se difunda sobre a terra!" (Eclo 38,8). Somos convidados conhecer as entranhas da realidade do SUS[3], visitar pronto-socorros, ouvir as pessoas doentes que esperam muito para fazer exames e conseguir uma vaga para cirurgia no SUS. É hora de ouvirmos o apelo de 150 milhões de brasileiros que só tem como rara possibilidade de acessar saúde pública, via SUS.
A Organização Mundial da Saúde – OMS - definiu a saúde não como “ausência de doenças”, mas como “um estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual[4]. Levada a sério, esta definição coloca em questão a base da medicina moderna. Em nossos hospitais e clínicas, quantos médicos e enfermeiros compreendem a saúde de modo integral? Onde as pessoas são atendidas, visando a saúde não só física, mas também mental, social e espiritual? A medicina de órgãos, por si só, é incapaz de resgatar saúde integral.
A saúde depende também de paz interior, de equilíbrio entre a pessoa e o seu ambiente social e, finalmente, da relação entre o ser humano e o universo. Toda doença tem conexão com a força vital e espiritual do universo. Os gregos ensinavam que a “simpatia” entre as partes do corpo e os elementos da natureza fará com que se possa encontrar remédio para tudo. Basta colaborar com a natureza.
Povos indígenas, nas margens do lago Titicaca, no altiplano peruano, dizem que todo ser humano tem três almas: a física, a interior e uma que nos liga ao universo. A pessoa fica doente quando “perde” uma destas almas. A cura consiste em recuperar a alma perdida.
Infelizmente, o cristianismo incorporou da cultura ocidental uma visão dualista que fragmenta corpo e alma, matéria e espírito. Privilegia, assim, um racionalismo abstrato que faz da religião mais um sistema de crenças intelectuais do que um caminho de amor e integração. Os evangelhos da Bíblia relatam que Jesus enviou os seus discípulos e discípulas para anunciar o Reino de Deus, curando as doenças e expulsando o mal que tomava conta das pessoas. O galileu de Nazaré, pela ternura e solidariedade, curou paralíticos, perdoou pecados para que as pessoas doentes se sentissem integradas com seu eu mais profundo, com Deus, um mistério de amor que nos envolve, com a comunidade e com toda a biodiversidade. O universo tem a cura para toda doença. A saúde mais profunda está escondida no fundo do coração de todo ser humano. Unindo as cordas do universo e do coração reencontramos saúde e salvação.
A Constituição Federal de 1988 – CF/88 - afirma: "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (Art. 196). No caso de crianças e adolescentes, o direito à saúde deve ser assegurado com "absoluta prioridade” (Art. 227).
Temos, no Brasil, dois sistemas de saúde: a) Um público: o SUS, para os pobres; b) Outro privado, o dos planos de saúde, que atende 25% do povo, cerca de 50 milhões de pessoas. Milhares de pessoas pobres se sujeitam a continuar em-pregado em grandes empresas, porque estas oferecem plano privado de saúde. Ou seja, o caos no SUS leva empresas a arrochar salários, pois seguram trabalhadores ao ofertarem planos privado de saúde.
Na luta por saúde pública, tivemos várias conquistas: a) a Criação e organização do SUS, que é um projeto bom, mas sobrevive desde seu nascimento na UTI, pública; b) a criação do PSF - Programa de Saúde da Família, com a ênfase na prevenção, inspiração vinda do sistema de saúde de Cuba; c) o combate contra a AIDS, elogiado pela OMS. Mas a CF/88 está sendo desrespeitada cotidianamente, pois os lindos artigos 196 e 227 estão sendo pisoteados, isso sem contar o princípio do respeito à dignidade humana e tantos outros prescritos na nossa Carta Maior.
Após 11 anos de morosa tramitação no Congresso Nacional, a Emenda Constitucional 29, que regulamenta os investimentos do Estado em saúde pública, foi sancionada pela Presidenta Dilma, em 16/01/2012. Em saúde pública, a União deverá investir de 6 a 7% do orçamento (PIB), mas está investindo apenas 3,5% - Cuba investe 18%; os estados deverão investir pelo menos 12% e os municípios, 15%. Mas a maioria dos estados e dos municípios não investe ainda os valores fixados na Emenda 29.
Especialista em Saúde e professora da UFRJ, Ligia Bahia, denuncia com veemência: “Aprovar a Emenda 29 sem que a União tenha que dispor de mais recursos para a Saúde é uma tragédia. Do jeito que aprovaram, a Saúde vai ter mais R$3 bilhões; se fossem os 10% da receita da União, o aporte seria de R$40 bilhões. Foi bom terem definido o que são gastos com Saúde, mas os R$3 bilhões a mais não terão grande impacto. Para ela, o SUS padece por conta do subfinanciamento e dos problemas de gestão. “Isso caracteriza o nosso subdesenvolvimento”, diz Ligia, que vê o veto ao artigo que determinava a atualização automática dos recursos da Saúde quando houvesse revisão do PIB como "pão-durismo" do governo federal.
Grande parte das doenças que afetam a vida das pessoas tem como causa a injustiça social, o capitalismo, a falta de reforma agrária, falta de apoio à agricultura familiar que produz alimentos na linha da agroecologia, as terceirizações no mundo do trabalho – privatização na prática -, a automovelatria, a motolatria, o escasso investimento em políticas públicas, a precarização da educação pública, a falta de ética nos programas televisivos e a devastação da biodiversidade. Tudo isso feito propositalmente para que uma minoria lucre, lucre, lucre e a maioria padeça stress, depressão, câncer e obesidade, que já atinge 15% da população.
A pastoral da Criança, com mais de 140 mil mulheres voluntárias acompanhando gestantes e crianças recém-nascidas com soro caseiro e multimistura, tem reduzido muito a mortalidade infantil, mas, hoje, o tráfico de drogas – maconha, cocaína, crack ... – está causando uma verdadeira mortandade de adolescentes e jovens, mais de 30 mil por ano, mais de 300 mil nos últimos 10 anos.
No nosso artigo “VI FÓRUM SOCIAL MUNDIAL: Um mundo democrático-participativo e socialista em construção”,[5] de fevereiro de 2006, consta o seguinte: “Na Venezuela, atualmente, existem cerca de 20 mil médicos cubanos alavacando uma revolução no sistema público de saúde. São responsáveis pelo atendimento primário da população, algo parecido com o médico de família. Estão nas favelas e bairros pobres; lá vivem e atendem com competência e dedicação os pobres. Fomos ao encontro de alguns deles. Três jovens camelôs dizem com veemência: "Por mais de 50 anos os médicos venezuelanos recém formados se recusaram a ir para interior, para os bairros, para a periferia. Só queriam ficar na capital, ganhar dinheiro às custas da dor. Agora, com Hugo Chávez, eles tiveram sua chance de ajudar o povo. Não quiseram. Então foi preciso apelar para a solidariedade. Vieram os médicos de Cuba e estamos tendo acesso à saúde nos lugares mais distantes e pobres".
Em conversa com duas médicas e um médico, em favelas de Caracas, ouvimos, entre tantas coisas, o seguinte: “Não viemos aqui para a Venezuela para ganhar dinheiro, mas por amor ao próximo. Estudamos medicina para cuidar das pessoas, nunca para ganhar dinheiro. Quando terminamos o curso de medicina em Cuba, fazemos um juramento de cuidar sempre da vida ameaçada em Cuba e em qualquer país do mundo. Quando se é de esquerda, socialista, somos mais cristãos, pensamos mais no próximo. Todo o povo do mundo é meu próximo, é minha família. Somos e devemos nos comportar todos como irmãos. Vivo para servir a sociedade. Aqui na Venezuela, recebemos apenas uma ajuda de custo para pagar metrô, ônibus coletivo e comprar alimentos e alguma coisa mais necessária.” Na Venezuela, o salário recebido pelos médicos cubanos não chega a um salário mínimo da Venezuela, que em fevereiro de 2006 era cerca de R$405,00, melhor que o do Brasil. Há muitos anos, Cuba envia milhares de médicos para cuidar de saúde pública na Venezuela. Em contrapartida, a Venezuela entrega petróleo para o povo cubano.
Segundo dados do Ministério da Saúde, há, hoje, no Brasil 30 mil equipes de médicos da Família atuando no Programa de Saúde da Família – PSF -, mas só em 1.500 equipes há médicos. O plano do governo Federal é em 2012 chegar a 40 mil equipes para atender cerca de 75% da população: 150 milhões de brasileiros. Logo, estão faltando 38.500 médicos da Família. Por que faltam médicos no PSF? Por que continua valendo no Brasil um decreto do ex-presidente FHC que proibiu o reconhecimento no Brasil de cursos de medicina feitos em Cuba?
Urge denunciarmos as ações e opções dos governos e da classe dominante brasileira que implementam política econômica que apóia a produção de alimentos através do agronegócio, com uso indiscriminado de agrotóxico, envenenando, assim, a comida do povo.[6] Indignado, perguntamos: Por que a presidenta Dilma cortou 55 bilhões de reais do orçamento de 2012, entre os cortes 5,4 bilhões do Ministério da Saúde? Em plena CF sobre saúde pública, é inadmissível esse corte. Exigimos que o governo federal repense sua política econômica neoliberal e volte atrás no corte do orçamento. Ao invés de corte de 5,4 bilhões do Ministério da Saúde, exigimos que se triplique o investimento em saúde pública.
Não podemos limitar nossa ação a ser solidário com quem está doente. O cartaz da CF/2012 é bonito, mas poderia ser melhor. Numa sociedade racista e com idosos pisados na sua dignidade, não foi uma feliz escolha apresentar como cartaz da CF/2012 um jovem médico branco, de pé, como “bom samaritano” sorrindo para um idoso negro, sentado, na posição de doente. Os idosos e negros têm direito a saúde pública de qualidade e não podem ser considerados objeto da solidariedade de jovens brancos.[7] Sinto saudade dos criativos cartazes das CFs feitos por artistas populares da Caminhada, que são dignos de nossa admiração. Talvez fosse melhor um cartaz sugerindo caminhos para a saúde pública de forma integral, o que passa também por justiça social, por alimentação saudável – sem agrotóxico -, por agroecologia e pela infinidade de terapias naturais, holísticas e alternativas, além da vivência de uma espiritualidade que cura.
Um dos objetivos da CF/2012 é "despertar nas comunidades a discussão sobre a realidade da saúde pública, visando à defesa do SUS e a reivindicação de seu justo financiamento” (Texto base CF 2012). Acrescento, resistir contra a privatização da saúde que acontecem, via Planos privados de Saúde, PPPs, terceirizações, lobbies da indústria farmacêutica e de empresas que lucram com a produção de doenças.
Enfim, para que a fraternidade social seja verdadeira é preciso saúde pública de qualidade, um grande desafio que devemos abraçar.
Belo Horizonte, 23 de fevereiro de 2012.

Segue, abaixo, links de oito vídeos que podem subsidiar estudo, reflexão e ação a partir da Campanha da Fraternidade 2012.

1) Trailer: Vídeo da Campanha da Fraternidade 2012 - Saúde - Direito ao bem-viver


2) O Veneno Está na Mesa - (Assista na íntegra) – Filme-documentário do diretor Sílvio Tendler.


3) Padre João Carlos, dep./PT/MG, fala sobre Agrotóxicos e Campanha da Fraternidade 2012 - 


4) Feijão de Unaí está envenenado? - Fala de Edivânia, de Escola Municipal de Arinos - 10/01/2012


5) Entrevista com Arnaldo S. Viana, de Arinos, MG. Assunto: Horta com adubo orgânico. 03/01/2012


6) Sr. Clemente faz remédio - de 13 plantas - que cura reumatismo - de Bandeira, MG - 04/12/2011


7) Saúde pública


8) Brasil Batista da Fonseca, 38 anos de combate à malária em Arinos, Noroeste de MG - 19/02/2012



[1] Frei e padre carmelita, mestre em Exegese Bíblica, professor no curso de Teologia sobre Lc e At, assessor das CEBs, do CEBI, da CPT; gilvander@igrejadocarmo.com.brwww.gilvander.org.br – facebook: gilvander.moreira

[2] Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – www.cnbb.org.br
[3] Sistema Único de Saúde.
[4] Definição de 1946, sendo que em 2003, a OMS acrescentou a dimensão espiritual.
[5] De frei Gilvander Luís Moreira e Delze dos Santos Laureano, publicado na Revista HORIZONTE TEOLÓGICO, ano 4 n. 7 jan/jun 2006, pp. 151-161, e também disponibilizado na internet.

[6] Assista ao Filme “O veneno está na mesa”, de Sílvio Tendler, disponibilizado no youtube.
[7] Apenas 2% dos médicos formados na Faculdade de Medicina da UFMG, em Belo Horizonte, são negros.