quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

980- A História (Francesco de Gregori) - Coluna do professor Virgilio Mattos

A HISTÓRIA


A história somos nós, ninguém se sinta ofendido,
somos nós esse prato de agulhas sob o céu.
A história somos nós, atenção, ninguém se sinta excluído.
A história somos nós, somos nós essas ondas do mar,
essse rumor que rompe o silêncio,
esse silêncio tão duro de mastigar.
E depois dizem a você: “Todos são iguais,
todos roubam da mesma maneira”.
Mas é só um modo para convencê-lo
a estar trancado dentro de casa quando vem a noite.
Mas a história não para diante de um portão,
A história pula dentro dos quartos, os queima,
A história dá errado e dá razão.
A história somos nós, somos nós que escrevemos as cartas,
somos nós que temos tudo a vencer, tudo a perder.
E depois o povo (porque é o povo que faz a história)
quando se trata de escolher e de ir,
se encontram todos com os olhos abertos,
porque sabem bem que coisa a fazer.
Aqueles que leram milhões de libros
e aqueles que não sabem nem mesmo falar,
e é por isso que a história dá gritos,
porque ninguém a pode parar.
A história somos nós, somos nós pais e filhos,
Somos nós, bella ciao, que partimos.
A história não se pode esconder,
a história não passa a mão.
A história somos nós, somos nós esse prato de feijão.



Tradução Virgílio de Mattos

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