quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

836- Essa é uma grande verdade - Coluna do professor Virgilio Mattos


Essa é uma grande verdade!
(mesmo cheio de coisas pra fazer não posso esquecer o blog; me diz joséluizim.)
Virgílio de Mattos
Peço-lhes miles de perdones, sazonais leitores atentos e fiéis. Se são leitores atentos e fiéis sabem bem como é difícil escrever, sobretudo pra vocês, seus qualificados. Às vezes não dá. Simplesmente não dá e ponto e pronto.
Às vezes vejo o alvo, miro calvo o alvo:
bem na cabeça.  
e nada.
ou erro ou passo perto,

O que dá igual.

         Tanto OLIMAR, quanto ANACLARA, no cancioneiro de Daniel Viglietti (dentre tantas outras que, confesso, não me fazem bem ouvir, não mais) fazem com que volte ao passado e fuja também pelo túnel de Punta Carretas. Fuja com os anarquistas em 1931 e fuja com os Tupamaros em 1971, para voltar agora, justo em 2011, quando só consigo escapar escrevendo.
         Foi-se o tempo de escapar escavando.
         Foi-se o tempo de escapar emigrando.
         Foi-se o tempo de escapar se apaixonando por outra mulher.
         Meu tempo tá curto, meu chapa, a cada dia que passa – inexorável constatação – meu tempo vai diminuindo mais em diametral oposição à minha esperança, ao meu otimismo: sempre preparado para a luta, insista-se.
         Esqueci do blog, não, Zéluizim. Tô é num aperto que não ando cabendo, você sabe.
         No final escapo, como OLIMAR, que a gente chega a pensar que é um rio na metáfora. Rios são sempre bons pras metáforas. Nossa luta é sempre rio, por mais mal-humorado que pareça.
         Você que escreve, reescreva o texto. Você que toca: musique outra vez.


OLIMAR
 Daniel Viglietti
Tradução Virgílio de Mattos

Olimar, veia celeste
Do negro pulso da terra.
És a luz, a clara luz
Do olhar dos céus.

Olimar, tua areia boa
É o tempo de tua trilha.

És a voz, canção azul,
Que nasceu em tristes madrugadas.
Olimar, quando te cantam
Os violões da chuva.

És caminho das canções
Que retornam do céu.
Olimar, até calado,
Tuas cores têm métrica.
 
És destino, água que soa
Namorada dos sabiás.

Olimar eu não estarei
E tu andarás pelos montes.

És um deus,
eu creio em ti,
Viajante que nunca morre.


Olimar, leva-me,
Leva-me Olimar,
conta-me, rio azul,
de tua calada existência.

(Tentei uma tradução que não traisse Daniel Viglietti, que pensei – na minha abissal ignorância – tivessem conseguido matar no passado. !Imagínate! )

Para ouvir OLIMAR e todo Daniel Viglietti:
http://grooveshark.com/#/search/song?q=daniel+viglietti

Um comentário:

  1. grazie,maria rosa condivido,sono parole che si scrivono col cuore nel cuore di chi le riceve,maria rosa

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