quinta-feira, 14 de julho de 2011

551- Cinema - a trilogia de Krzysztof Kieslowski - Bleu, Blanc et Rouge

"A liberdade é azul"
Krzystof Kielowski - o cinema polones - depois do decálogo com obras monumentais Kielowsky realiza esta monumental trilogia do bleu - blanc - rouge. O primeiro filme é a Liberdade é azul. Um filme para ser visto lendo o filósofo e psicanalista esloveno Slavoj Zizek. Com a fabulosa Juliette Binoche, o filme cuida da total perda de referencia. Nos precisamos de referências, sinais, indicações, como placas em um estrada (vire a direita, vire a esquerda, siga reto). A perda destas coordenadas ocorre quando um situação absurda quebra todas as nossa referencias, nossa placas indicativas. Neste momento é necessário reconstruir tudo para sobreviver. Precisamos destas referencias assim como precisamos de um dose de fantasia para nos aproximarmos da realidade. Sem isto corremos o risco de enlouquecer. A rotina, as indicações, as referencias, a borda da estrada é uma necessidade para caminharmos. Podemos construir nosso caminho mas precisamos de um minimo de segurança, de indicativos. As margens da estrada podem ser largas, mas elea precisam exisitir.
O segundo filme é passado na Polônia. Não a Polônia socialista do decálogo mas agora a Polônia capitalista, corrupta. Julie Delpie é uma referência do cinema francês. Interessante reflexão sobre a fraternidade em extinção em uma sociedade do desejo.
Finalmente a crença na igualdade. A igualdade é vermelha. O filme é passado na Suiça é nos desperta reflexões sobre a igualdade. Qual igualdade é possível? Qual igualdade é desejável? O filme nos fala de respeito, humanidade, igualdade, e nos remete a fragilidade da pretensa superioridade de uma sociedade equivocada. Somos iguais na condição humana embora procuremos nos diferenciarmos ao nos escondermos dessa condição. Até que a vida se mostre ameaçadoramente igual. Até que a morte nos iguale e destrua toda a pretensão arrogante de superioridade. É desconcertante ver a fragilidade humana se revelar entre as pretensões de superioridade. Somos todos iguais no medo. Somos todos iguais na morte. Pobres arrogantes, pretenciosos que se julgam acima da vida e da morte.

2 comentários:

  1. Juliette Binoche in FILM BLU DEL1993 è SPLENDIDA,TANTO DA AVER MERITATO LA COPPA VOLPI COME MIGLIOR ATTRICE

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  2. Professor, inicialmente gostaria de agradecê-lo por ter adicionado a página "Dissencialistas" à sua lista de blogs. É um estímulo ao caminhar incessante.

    Ainda não tive a oportunidade de assistir aos filmes sugeridos nesta postagem. Assistirei em breve.

    Para aqueles que se interessam pela temática da igualdade, faço algumas sugestões de leitura: "Uma teoria da justiça", de Rawls; "Esferas da justiça", de Walzer, "O conteúdo jurídico do princípio da igualdade", de Bandeira de Mello e "Vinculação de particulares a direitos fundamentais", de Wilson Steinmetz. Excelentes obras.

    Grande abraço.

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