O primeiro filme é “Takva”. Um homem temente à deus.
A história de um homem simples que constrói sua vida sobre e em torno da religião. A fé o acompanha em todo o momento. A manifestação do inconsciente, dos desejos escondidos é imediatamente combatida pela prática religiosa. Este homem simples e de fé passa a ter uma função importante nas finanças de uma mesquita. Está função que traz grande reconhecimento na comunidade de crentes aumenta a tensão entre o desejo escondido, o desejo encarcerado e os princípios de sua fé. As contradições entre o real, o desejo e os seus princípios religiosos aumentam de forma irresistível. O filme de origem turca nos leva a uma viagem até Istambul, a uma comunidade religiosa islâmica e às contradições graves que se estabelecem dentro de um homem, entre o espaço da fé religiosa, dogmático e inflexível, e uma realidade em permanente mutação que traz perigosos desejos à tona. Estas tensões, na cabeça deste homem simples e de fé, podem levar a um impasse sem saída. Não há uma saída negociada quando não há diálogo possível. Como negociar com a fé e seus dogmas? Este é o ponto de ruptura interna. Todo este processo ocorre dentro deste homem.
O segundo filme trata também de um conflito interno. Agora podemos acompanhar os mecanismos de resistência à agressão insana. Uma jovem mulher, de 20 anos resiste à maldade, ao egoísmo e a insanidade construindo em sua cabeça uma estória de resistência onde os personagens da vida real ganham uma nova identidade. As representações da vida crua, por meio de personagens fantásticos, se tornam poderosos mecanismos de defesa e resistência mental. Quanto maior a ameaça mais sofisticada a estória construída. A gravidade da ameaça faz com que a jovem construa dois espaços mentais de resistência, onde os conflitos são materializados de forma fantástica. É a fantasia permitindo a aproximação da realidade. Se todos nós precisamos e criamos fantasias para lidar com o real, quando este real se impõe de forma absurda na vida de uma pessoa, os mecanismos de resistência por meio da fantasia se tornam maiores e mais poderosos.
“Sucker Punch – mundo surreal”
Finalmente, o ultimo filme desta viagem para dentro de nós mesmos é o
“A ilha do medo”
Quando a mente nos prega uma peça e as fantasias construídas para a nossa sobrevivência se confundem com o real.
O teste de realidade, que começamos a desenvolver ainda quando crianças, pode falhar.
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