OS INFAMES OFÍCIOS
Sarandy Cabrera
“Poeta com a pistola na mão” Março de 1970)
(Tradução Virgílio de Mattos)
Os que presidem certas sociedades
Os galináceos donos da terra
Os tenentes de terras de incultura
Os proprietários de financeira
Os acionistas dos grandes bancos
Os diretores dos matutinos
E dos vespertinos que se sabe
Os editorialistas democráticos
(entre aspas leia-se essa linha)
Os chefes da pátria, seus ministros
Os traidores de confiança e depreciadores
Certos legisladores preferente
Mente os senadores, deputados
Colaboradores dos estadunidenses
Os confidentes dos repressores
Os estados-maiores que se sabe
A “gorilagem” até o meio pelo
Os infiltrados onde não queríamos
Os atiradores de garruchas
Os inúteis cretinos pagos
A sociedade rural em seu conjunto
Os orquestrados com notas verdes
Os que torturam e os que saqueiam
Os que ameaçam e ainda os que te matam
Radiologistas, pangarés, emergentes
Os de certa embaixada da rambla
De evacuação urgente por helicóptero
Seus dirigentes de obreirismo hepático
(dirigentes que se lê entre aspas)
Alguém que faz às vezes de presidente
Certos juízes que julgam com arrego
O dono da vaca e da banca
O assassino a soldo do distintivo
Legal de metralhador
O pegador de ofício, os gerentes
De certas companhias estrangeiras
Os ovinos de ofícios diferentes
E outros tantos sujeitos de má vida
Réus de infame ofício declarado
Delito em nossa lei que você conhece
Vão pagar um dia duramente
(além das mortes da miséria
da inanição, da infâmia e da tortura)
estes jovens mortos que nos devem.
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