terça-feira, 30 de agosto de 2011

658- Coluna do professor Virgilio Mattos


MUITO OBRIGADO POR TUDO!
          Virgílio de Mattos


Queria poder dizer pessoalmente a você, meu camarada, FELIZ ANIVERSÁRIO, mas o dia 25 de agosto passou e, confesso, me esqueci disso completamente, obcecado com as tarefas mais urgentes. As tarefas mais miúdas são sempre as mais urgentes, não é verdade?
Mas de seus ensinamentos não me esqueço nunca das linhas gerais: direção, organização e estratégia. Talvez esteja confundindo a ordem.
Você fez 100 anos e como seria melhor o mundo com mais pessoas como você. Como teríamos um mundo melhor se os estudantes de direito, como você, tivessem um décimo da sua capacidade. Tá bem: um milionésimo da sua capacidade.
Você que sempre se utilizou do estudo e, sobretudo, do ensino do direito para organizar a todos na luta revolucionária.
Fedorentos franceses mataram sua esposa (1) mediante as mais indescritíveis torturas e sua cunhada foi guilhotinada. Mataram seu filho recém-nascido, seu pai (um camponês), duas de suas irmãs e outros familiares. Os idiotas pensaram que você se entregaria...
Em 7 de maio de 1954 você lhes imporia sua mais espetacular derrota, na batalha de Dien Bien Phu. Dos mais de 15 mil mercenários franceses, só 73 escaparam vivos. Você ainda prendeu mais de 10 mil, varrendo-os da Indochina de uma vez por todas.
Foi a primeira – e definitiva! - grande vitória de um povo pobre, colonizado e feudal, com uma economia agrícola primitiva contra os poderosos franceses e seus brothers estadunidenses que também seriam derrotados em seguida na Guerra Americana.
Os primeiros gringos justiçados caíram em 8 de julho de 1959, na base de Bien Hoa, a noroeste de Saigon. E você derrotou quatro presidentes, pessoalmente, inapelavelmente até que o sionista Kissinger, com o rabo gordo entre as pernas, foi obrigado a assinar a paz de Paris, em 1973. Por quê? Pelas sucessivas derrotas militares e pela opinião pública estadunidense, horrorizada com as transmissões de TV. Guerra ao vivo e em cores.
Seu clássico “Guerra Popular, Poder Popular” é um livro atual até hoje, basicamente uma guerra além de militar, econômica e política, feita não apenas pelo exército, mas por todo o povo.
Dali busco que “quando há uma desproporção tão grande de forças, o êxito da vitória se baseia na iniciativa, na audácia e na surpresa”.
Muito obrigado por tudo, Giap!

“Acompanhem este blog e derrotem o inimigo!”

(1) A tailandesa Dang Thi Quang.

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