AGORA EMBAÇOU GERAL!
Virgílio de Mattos*
- Depois da massa comendo brioches, Waterloo -
Não basta a crise estadunidense que se arrasta desde 2008 e o medo pânico de que a “mão invisível” do mercado; o deus da modernidade ou da pós, para quem nela acredita; acabaria por controlar tudo. Obviamente não conseguiria controlar a onda de quebradeira em cascata (olha a onda! Olha a onda! Olha a onda!) que se anunciava e se avizinha (embora aqui tudo não tenha passado de marolinha mesmo, para desespero das classes dominantes) mundo afora, zona do euro all incluse.
O que me fez quebrar esse “silêncio de rádio”, concentrado na escritura do novo livro, sobretudo concentrado na sobrevivência com dignidade, definitivamente foi a manifestação de 250 mil manifestantes, que tomaram as ruas exigindo justiça social. Esse o número mais conservador. Os organizadores falam em 500 mil pessoas, a imprensa em 300 mil. Se fosse aqui no Brasil esse número de 250 mil equivaleria ao cálculo da PM.
O que pensam os manifestantes por justiça social? Basicamente que possam pagar os aluguéis e comer. Simples assim: querem poder pagar o aluguel no final do mês e comer todos os dias.
Se aproximam ainda a nós quando gritam que “as pessoas vem antes dos lucros”, mas tornam a ficar distantes quando reclamam da alta do queijo ‘cottage’, que nem o Jorginho Jardineiro e nem o Seo Zé jamais ouviram falar, - “parece quê’el tá joganu na Oropa”, se se perguntasse a eles “quem é o cottage”.
Grécia, Irlanda, Portugal, España, Itália e até Israel com o povo na rua?
Agora embaçou geral!
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*Graduado, especialista em ciências penais e mestre em direito pela UFMG. Doutor em Direito pela Università Degli Studi di Lecce (IT). Do Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade. Do Fórum Mineiro de Saúde Mental. Autor de Crime e Psiquiatria – Preliminares para a Desconstrução das Medidas de Segurança, A visibilidade do Invisível e De uniforme diferente – o livro das agentes, dentre outros. Advogado criminalista. virgilio@portugalemattos.com.br
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