CELAC
A Comunidade dos Estados
Latinoamericanos e Caribenhos – CELAC foi criada na “Cúpula da Unidade
da América Latina e do Caribe”, realizada na Riviera Maya (México), em
fevereiro de 2010, em histórica decisão dos Chefes de Estado e de
Governo da região. A Cúpula da Unidade compreendeu a II Cúpula da
América Latina e o Caribe sobre Integração e Desenvolvimento – CALC e a
XXI Cúpula do Grupo do Rio.
A Comunidade dos Estados Latino-Americanos
e Caribenhos (CELAC) tem origem na “Declaração da Cúpula da Unidade”,
adotada pelos Chefes de Estado e de Governo da América Latina e do
Caribe durante reunião de Cúpula realizada na Riviera Maya, México, em
fevereiro de 2010. Naquela ocasião, houve consenso em constituir um novo
mecanismo de concertação política e integração, que abrigará os trinta e
três países da América do Sul, América Central e Caribe. A CELAC
assumirá o patrimônio histórico do Grupo do Rio (concertação política),
cuja Secretaria de turno é exercida atualmente pelo Chile, e da CALC
(desenvolvimento e integração), cuja presidência temporária é
venezuelana. Em julho de 2011, será realizada, na Venezuela, a III CALC,
quando deverá ser completado o processo de constituição da CELAC.
A
Declaração da Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe
determinou ainda a constituição de um Foro Unificado como grupo de
trabalho encarregado de redigir as regras de funcionamento do novo
organismo. A convergência da CALC e do Grupo do Rio ocorrerá de forma
gradual. Ambos os mecanismos manterão suas agendas e métodos de trabalho
paralelos até a conclusão do processo de construção da CELAC.
Para
o Brasil, a CELAC deverá contribuir para a ampliação tanto do diálogo
político, quanto dos projetos de cooperação na América Latina e Caribe. O
novo mecanismo também facilitará a conformação de uma identidade
própria regional e de posições latino-americanas e caribenhas comuns
sobre integração e desenvolvimento.
A dimensão política da CELAC
partirá da base construída pelo Mecanismo Permanente de Consulta e
Concertação Política, estabelecido no Rio de Janeiro em 1986 e conhecido
como Grupo do Rio. Concebido como instrumento de articulação política
de alto nível, o Grupo do Rio atuou tradicionalmente na consolidação da
democracia, tendo como pressuposto o bem sucedido trabalho diplomático
dos Grupos de Contadora e de Apoio em favor da paz na América Central.
Sua interseção com a CALC é natural, uma vez que, por ser um foro de
discussão política, o Grupo do Rio sempre prescindiu de atuação mais
aprofundada na área econômica e de formas institucionalizadas de
cooperação.
Os fundadores do Grupo do Rio resolveram delimitar
seu escopo de atuação a reuniões de caráter informal, destinadas a
servir como espaço exclusivamente político, apropriado para consultas,
troca de informações e eventuais iniciativas conjuntas, decididas sempre
por consenso. Ao longo de mais de duas décadas, foram realizadas vinte
Cúpulas, vinte e nove reuniões ministeriais ordinárias e três
extraordinárias. Sua temática foi aberta, tratando, em geral, de temas
importantes para a região. Em suas mais recentes reuniões, o Grupo do
Rio abordou questões como a promoção dos direitos humanos e o impacto
das migrações.
O Grupo do Rio fortaleceu-se gradualmente como
espaço presidencial privilegiado e como um mecanismo regional
representativo da América Latina e do Caribe em relação a outros países e
blocos. Os contatos políticos institucionalizados do Grupo do Rio com
terceiros promoveram o diálogo interregional entre autoridades do mais
alto nível, com o intercâmbio de pontos de vista sobre importantes temas
da agenda internacional. Atualmente, são dezenove parceiros de diálogo
com o Grupo do Rio, que devem ser herdados pela CELAC: União Européia,
Conselho de Cooperação do Golfo, China, Rússia, Canadá, Índia, Japão,
Coréia do Sul, ASEAN, Israel, Ucrânia, Liga Árabe, G-77, Grupo GUUAM
(Geórgia, Ucrânia, Uzbequistão, Azerbaijão e Moldova), CEI, Austrália,
EUA e União Africana.
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