Clique abaixo para assistir o programa Contraponto da TV Comunitária de Belo Horizonte com a professora Tatiana Ribeiro de Souza entrevistando o professor Sebastien Kiwonghi Bizaw:
Um espaço para pensar e discutir política, direito, arte e qualquer outro assunto que nos permita buscar desocultar o que querem insistentemente esconder.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
1171- Ativismo Judicial
Entrevista sobre ativismo judicial e judicialização da vida. Clique nos links abaixo:
1- http://www.youtube.com/watch?v=lmv1xLgpjkc&feature=g-upl
2- http://www.youtube.com/watch?v=8iGrjYEGMKg&feature=g-upl
1- http://www.youtube.com/watch?v=lmv1xLgpjkc&feature=g-upl
2- http://www.youtube.com/watch?v=8iGrjYEGMKg&feature=g-upl
1170- Videos do programa Camera 13
Programa Câmera 13 com Tatiana Ribeiro de Souza; José Luiz Quadros de Magalhães e Edivaldo Farias.
Clique nos links abaixo para assistir:
1- Psicanálise com o professor Célio Garcia
http://www.youtube.com/watch?v=1xPPSPIzmVg&feature=g-upl
2- Psicanálise com o professor Célio Garcia parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=bUfDv9TboqU&feature=g-upl
3- Assistencialismo e inclusão social no Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=andF1VLq6MY&feature=g-upl
4- A morte de Pinochet
http://www.youtube.com/watch?v=FENfRAC1rhY&feature=g-upl
5- A questão da mulher
http://www.youtube.com/watch?v=PtB4A9p2j6I&feature=g-upl
6- A situação no Libano e Equador
http://www.youtube.com/watch?v=3YSwq1J7nx4&feature=g-upl
7- Cotas raciais
http://www.youtube.com/watch?v=GB8_7wquq9s&feature=g-upl
8- Noticias da República
http://www.youtube.com/watch?v=Z0xBby0buvU&feature=g-upl
9- Eleições no México; Estados Unidos e Nicarágua
http://www.youtube.com/watch?v=eANMbE2J_C0&feature=g-upl
10- Eleições presidenciais no Brasil 2006
http://www.youtube.com/watch?v=6m0URxfSj1E&feature=g-upl
11- A midia e as eleições presidenciais no Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=JWRRSYqNkXI&feature=g-upl
12- Manipulações da midia nas eleições 2006
http://www.youtube.com/watch?v=l1JSRn91aME&feature=g-upl
13- Lula x Alkmin
http://www.youtube.com/watch?v=FJVfIHukEM4&feature=g-upl
Clique nos links abaixo para assistir:
1- Psicanálise com o professor Célio Garcia
http://www.youtube.com/watch?v=1xPPSPIzmVg&feature=g-upl
2- Psicanálise com o professor Célio Garcia parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=bUfDv9TboqU&feature=g-upl
3- Assistencialismo e inclusão social no Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=andF1VLq6MY&feature=g-upl
4- A morte de Pinochet
http://www.youtube.com/watch?v=FENfRAC1rhY&feature=g-upl
5- A questão da mulher
http://www.youtube.com/watch?v=PtB4A9p2j6I&feature=g-upl
6- A situação no Libano e Equador
http://www.youtube.com/watch?v=3YSwq1J7nx4&feature=g-upl
7- Cotas raciais
http://www.youtube.com/watch?v=GB8_7wquq9s&feature=g-upl
8- Noticias da República
http://www.youtube.com/watch?v=Z0xBby0buvU&feature=g-upl
9- Eleições no México; Estados Unidos e Nicarágua
http://www.youtube.com/watch?v=eANMbE2J_C0&feature=g-upl
10- Eleições presidenciais no Brasil 2006
http://www.youtube.com/watch?v=6m0URxfSj1E&feature=g-upl
11- A midia e as eleições presidenciais no Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=JWRRSYqNkXI&feature=g-upl
12- Manipulações da midia nas eleições 2006
http://www.youtube.com/watch?v=l1JSRn91aME&feature=g-upl
13- Lula x Alkmin
http://www.youtube.com/watch?v=FJVfIHukEM4&feature=g-upl
segunda-feira, 14 de maio de 2012
1169- O que é CALC ?
CALC
Desde meados do século XX, a integração
regional consolida-se como importante fenômeno internacional. O
estreitamento dos laços políticos e econômicos entre povos que
compartilham herança histórica e vizinhança geográfica permite enfrentar
melhor os desafios do mundo globalizado.
Com vistas a
fortalecer as relações entre os países da região, o Brasil propôs, em
2008, a realização da I Cúpula da América Latina e do Caribe sobre
Integração e Desenvolvimento (CALC), na Costa do Sauípe, Bahia. A CALC
foi uma iniciativa histórica: pela primeira vez, em dois séculos de
independência política, as nações latino-americanas e caribenhas
reuniram-se em torno de uma agenda própria, constituída a partir da
identificação conjunta de prioridades e desafios regionais
compartilhados.
A I Cúpula contou com a participação dos trinta e três países que compõem a América Latina e o Caribe: Antígua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Colômbia, Cuba, Dominica, El Salvador, Equador, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.
O tema central da CALC foi a integração e o desenvolvimento sustentável. Os Chefes de Estado e de Governo adotaram, ao final do encontro, a “Declaração de Salvador”, na qual os mandatários destacaram a importância da integração regional, da cooperação, do desenvolvimento sustentável, da erradicação da pobreza e da promoção da justiça social e da democracia. Expressaram, ainda, preocupação com os efeitos das crises financeira, energética, alimentar e ambiental. Reafirmaram a importância de manter o diálogo e a cooperação permanentes, a fim de fazer frente aos referidos desafios.
Na seção operativa da Declaração, decidiram adotar iniciativas com vistas ao fortalecimento da cooperação, à construção de posição comum sobre a crise financeira e à promoção da cooperação regional em energia e infra-estrutura. Acordaram, ademais, promover o combate regional à fome e à pobreza, fomentar a cooperação em matéria de manejo sustentável de recursos naturais, incitar o desenvolvimento sustentável em âmbito regional e estimular a cooperação para a proteção dos direitos humanos na América Latina e no Caribe. Os resultados da Cúpula incluíram, ainda, a adoção de cinco Declarações Especiais sobre as Ilhas Malvinas, o bloqueio econômico imposto a Cuba, apoio à solicitação do SICA para que o Panamá continue a receber os benefícios do SGP+, apoio à Bolívia e iniciativa da CALC frente à crise financeira mundial.
A Reunião Ministerial Preparatória para a II CALC realizou-se em novembro de 2009, na Jamaica, e aprovou o “Plano de Ação de Montego Bay”. O Plano estabelece iniciativas concretas nas seguintes áreas: cooperação entre os mecanismos regionais e sub-regionais de integração; crise financeira internacional; energia; infra-estrutura; desenvolvimento social e erradicação da fome e da pobreza; segurança alimentar e nutricional; desenvolvimento sustentável; desastres naturais; e mudanças climáticas. Essa ampla agenda de cooperação foi assimilada no processo de constituição da CELAC e deverá ser implementada pelo novo organismo regional.
A I Cúpula contou com a participação dos trinta e três países que compõem a América Latina e o Caribe: Antígua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Colômbia, Cuba, Dominica, El Salvador, Equador, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.
O tema central da CALC foi a integração e o desenvolvimento sustentável. Os Chefes de Estado e de Governo adotaram, ao final do encontro, a “Declaração de Salvador”, na qual os mandatários destacaram a importância da integração regional, da cooperação, do desenvolvimento sustentável, da erradicação da pobreza e da promoção da justiça social e da democracia. Expressaram, ainda, preocupação com os efeitos das crises financeira, energética, alimentar e ambiental. Reafirmaram a importância de manter o diálogo e a cooperação permanentes, a fim de fazer frente aos referidos desafios.
Na seção operativa da Declaração, decidiram adotar iniciativas com vistas ao fortalecimento da cooperação, à construção de posição comum sobre a crise financeira e à promoção da cooperação regional em energia e infra-estrutura. Acordaram, ademais, promover o combate regional à fome e à pobreza, fomentar a cooperação em matéria de manejo sustentável de recursos naturais, incitar o desenvolvimento sustentável em âmbito regional e estimular a cooperação para a proteção dos direitos humanos na América Latina e no Caribe. Os resultados da Cúpula incluíram, ainda, a adoção de cinco Declarações Especiais sobre as Ilhas Malvinas, o bloqueio econômico imposto a Cuba, apoio à solicitação do SICA para que o Panamá continue a receber os benefícios do SGP+, apoio à Bolívia e iniciativa da CALC frente à crise financeira mundial.
A Reunião Ministerial Preparatória para a II CALC realizou-se em novembro de 2009, na Jamaica, e aprovou o “Plano de Ação de Montego Bay”. O Plano estabelece iniciativas concretas nas seguintes áreas: cooperação entre os mecanismos regionais e sub-regionais de integração; crise financeira internacional; energia; infra-estrutura; desenvolvimento social e erradicação da fome e da pobreza; segurança alimentar e nutricional; desenvolvimento sustentável; desastres naturais; e mudanças climáticas. Essa ampla agenda de cooperação foi assimilada no processo de constituição da CELAC e deverá ser implementada pelo novo organismo regional.
Links:
Palácio Itamaraty, Brasília – Telefones: (61) 2030-6160 / 8006 / 8007
Fax: (61) 2030-8002 / 8017 – imprensa@itamaraty.gov.br
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1168- O que é a UNASUL ?
UNASUL
A União de Nações Sul-Americanas
(UNASUL) é formada pelos doze países da América do Sul. O tratado
constitutivo da organização foi aprovado durante Reunião Extraordinária
de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Brasília, em 23 de maio
de 2008. Dez países já depositaram seus instrumentos de ratificação
(Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Guiana, Peru, Suriname,
Uruguai e Venezuela), completando o número mínimo de ratificações
necessárias para a entrada em vigor do Tratado no dia 11 de março de
2011
A UNASUL tem como objetivo construir, de maneira
participativa e consensual, um espaço de articulação no âmbito cultural,
social, econômico e político entre seus povos. Prioriza o diálogo
político, as políticas sociais, a educação, a energia, a
infra-estrutura, o financiamento e o meio ambiente, entre outros, com
vistas a criar a paz e a segurança, eliminar a desigualdade
socioeconômica, alcançar a inclusão social e a participação cidadã,
fortalecer a democracia e reduzir as assimetrias no marco do
fortalecimento da soberania e independência dos Estados.
Segundo
dispõe o texto do Tratado, os seguintes órgãos compõem a estrutura
institucional da UNASUL: a) Conselho de Chefes de Estado e de Governo;
b) Conselho de Ministros das Relações Exteriores; c) Conselho de
Delegados; e d) Secretaria Geral. Está prevista ainda a constituição de
Conselhos de nível Ministerial e Grupos de Trabalho. Todas essas
instâncias já se encontram em plena atividade.
A UNASUL conta
hoje com oito conselhos ministeriais: a) Energia; b) Saúde; c) Defesa;
d) Infra-Estrutura e Planejamento; e) Desenvolvimento Social; f)
Problema Mundial das Drogas; g) Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e
Inovação; h) Economia e Finanças. A UNASUL conta ainda com dois Grupos
de Trabalho: a) Integração Financeira (agora subordinado ao Conselho de
Economia e Finanças); e b) Solução de Controvérsias em Matéria de
Investimentos, em cujo âmbito estuda-se a possibilidade de criar
mecanismo de arbitragem, Centro de Assessoria Legal e código de conduta
para membros de tribunais arbitrais.
A nova Secretária-Geral da
UNASUL, Maria Emma Mejía, tomou posse em 9 de maio de 2011, por um
período de um ano, após o qual será sucedida pelo venezuelano Alí
Rodriguez, por igual período Nos termos do Tratado Constitutivo, cabe ao
Secretário-Geral a execução dos mandatos que lhe forem conferidos pelos
órgãos da UNASUL e a representação legal da Secretaria-Geral. O
Secretário-Geral cumpre mandato de dois anos, renováveis uma única vez,
por igual período. Em princípio, não pode ser sucedido por pessoa da
mesma nacionalidade e deve exercer o cargo com dedicação exclusiva. A
seleção de funcionários para a Secretaria-Geral deve seguir critérios de
representação equitativa dos Estados Membros, incluindo, entre outros,
critérios de gênero, étnicos e de idioma.
A UNASUL também possui
uma Presidência Pro Tempore (PPT), que alterna a cada ano, seguindo a
ordem alfabética dos países membros. O Chile (2008-09) e o Equador
(2009-10) já ocuparam a presidência do bloco. Durante a III Cúpula
Ordinária da UNASUL (Georgetown, novembro de 2010), a Guiana assumiu a
Presidência de turno, que deverá ser transferida para o Paraguai no
final de 2011.
A UNASUL tem-se revelado um instrumento
particularmente útil para a solução pacífica de controvérsias regionais e
para o fortalecimento da proteção da democracia na América do Sul.
Pouco após sua criação, a organização desempenhou importante papel
mediador na solução da crise separatista do Pando, na Bolívia, em 2008.
Em resposta à crise institucional ocorrida no Equador, em setembro de
2010, os Chefes de Estado da UNASUL decidiram incorporar um Protocolo
Adicional ao Tratado Constitutivo, no qual foram estabelecidas medidas
concretas a serem adotadas pelos Estados Membros da UNASUL em situações
de ruptura da ordem constitucional. O Protocolo foi adotado na Cúpula de
Georgetown, em novembro de 2010.
O estabelecimento de um
mecanismo de Medidas de Fomento da Confiança e da Segurança pelo
Conselho de Defesa Sul-Americano também foi um instrumento valioso para o
fortalecimento da estabilidade, paz e cooperação na América do Sul.
Como resultado de duas reuniões de Ministros das Relações Exteriores e
da Defesa, realizadas em setembro e novembro de 2009, no Equador, foi
adotado um conjunto de medidas nas áreas de intercâmbio de informação e
transparência (sistemas de defesa e gastos de defesa), atividades
militares intra e extraregionais, medidas no âmbito da segurança,
garantias, cumprimento e verificação. Os procedimentos a serem adotados
na aplicação dessas medidas foram aprovados pelos Ministros de Defesa
reunidos em Guaiaquil, em maio de 2010, e pelos Ministros de Relações
Exteriores, em reunião realizada em Georgetown, em novembro do mesmo
ano.
Avanços igualmente significativos têm sido logrados em
outras vertentes do processo de integração. O Conselho de Saúde
Sul-Americano criou o Instituto Sul-Americano de Governança em Saúde
(ISAGS), com o objetivo de apoiar os países da UNASUL no fortalecimento
das capacidades nacionais e regionais de seus sistemas de saúde pública e
no desenvolvimento adequado de recursos humanos. Uma de suas funções
principais será a gestão do conhecimento já existente e a produção
daquele que ainda se faz necessário, de forma compartilhada com os
atores sociais e políticos relevantes na esfera social e da saúde.
O
ISAGS, cuja sede será no Rio de Janeiro, é uma instituição de natureza
comunitária, de caráter público, da qual participarão todos os Estados
Membros da UNASUL. Seu programa de trabalho será articulado com
instituições nacionais dos Estados Membros e com centros multilaterais
de formação e pesquisa, através da integração em redes das chamadas
“instituições estruturantes dos sistemas de saúde”, como os institutos
nacionais de saúde, as graduações em medicina, enfermagem e odontologia,
as escolas de saúde pública e as escolas para a formação de técnicos em
saúde. Informações detalhadas sobre o ISGAS podem ser obtidas em sua
página eletrônica (http://isags-unasul.org).
Palácio Itamaraty, Brasília – Telefones: (61) 2030-6160 / 8006 / 8007
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1167- O que é a ALADI ?
ALADI
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1166- O que é a CELAC ?
CELAC
A Comunidade dos Estados
Latinoamericanos e Caribenhos – CELAC foi criada na “Cúpula da Unidade
da América Latina e do Caribe”, realizada na Riviera Maya (México), em
fevereiro de 2010, em histórica decisão dos Chefes de Estado e de
Governo da região. A Cúpula da Unidade compreendeu a II Cúpula da
América Latina e o Caribe sobre Integração e Desenvolvimento – CALC e a
XXI Cúpula do Grupo do Rio.
A Comunidade dos Estados Latino-Americanos
e Caribenhos (CELAC) tem origem na “Declaração da Cúpula da Unidade”,
adotada pelos Chefes de Estado e de Governo da América Latina e do
Caribe durante reunião de Cúpula realizada na Riviera Maya, México, em
fevereiro de 2010. Naquela ocasião, houve consenso em constituir um novo
mecanismo de concertação política e integração, que abrigará os trinta e
três países da América do Sul, América Central e Caribe. A CELAC
assumirá o patrimônio histórico do Grupo do Rio (concertação política),
cuja Secretaria de turno é exercida atualmente pelo Chile, e da CALC
(desenvolvimento e integração), cuja presidência temporária é
venezuelana. Em julho de 2011, será realizada, na Venezuela, a III CALC,
quando deverá ser completado o processo de constituição da CELAC.
A
Declaração da Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe
determinou ainda a constituição de um Foro Unificado como grupo de
trabalho encarregado de redigir as regras de funcionamento do novo
organismo. A convergência da CALC e do Grupo do Rio ocorrerá de forma
gradual. Ambos os mecanismos manterão suas agendas e métodos de trabalho
paralelos até a conclusão do processo de construção da CELAC.
Para
o Brasil, a CELAC deverá contribuir para a ampliação tanto do diálogo
político, quanto dos projetos de cooperação na América Latina e Caribe. O
novo mecanismo também facilitará a conformação de uma identidade
própria regional e de posições latino-americanas e caribenhas comuns
sobre integração e desenvolvimento.
A dimensão política da CELAC
partirá da base construída pelo Mecanismo Permanente de Consulta e
Concertação Política, estabelecido no Rio de Janeiro em 1986 e conhecido
como Grupo do Rio. Concebido como instrumento de articulação política
de alto nível, o Grupo do Rio atuou tradicionalmente na consolidação da
democracia, tendo como pressuposto o bem sucedido trabalho diplomático
dos Grupos de Contadora e de Apoio em favor da paz na América Central.
Sua interseção com a CALC é natural, uma vez que, por ser um foro de
discussão política, o Grupo do Rio sempre prescindiu de atuação mais
aprofundada na área econômica e de formas institucionalizadas de
cooperação.
Os fundadores do Grupo do Rio resolveram delimitar
seu escopo de atuação a reuniões de caráter informal, destinadas a
servir como espaço exclusivamente político, apropriado para consultas,
troca de informações e eventuais iniciativas conjuntas, decididas sempre
por consenso. Ao longo de mais de duas décadas, foram realizadas vinte
Cúpulas, vinte e nove reuniões ministeriais ordinárias e três
extraordinárias. Sua temática foi aberta, tratando, em geral, de temas
importantes para a região. Em suas mais recentes reuniões, o Grupo do
Rio abordou questões como a promoção dos direitos humanos e o impacto
das migrações.
O Grupo do Rio fortaleceu-se gradualmente como
espaço presidencial privilegiado e como um mecanismo regional
representativo da América Latina e do Caribe em relação a outros países e
blocos. Os contatos políticos institucionalizados do Grupo do Rio com
terceiros promoveram o diálogo interregional entre autoridades do mais
alto nível, com o intercâmbio de pontos de vista sobre importantes temas
da agenda internacional. Atualmente, são dezenove parceiros de diálogo
com o Grupo do Rio, que devem ser herdados pela CELAC: União Européia,
Conselho de Cooperação do Golfo, China, Rússia, Canadá, Índia, Japão,
Coréia do Sul, ASEAN, Israel, Ucrânia, Liga Árabe, G-77, Grupo GUUAM
(Geórgia, Ucrânia, Uzbequistão, Azerbaijão e Moldova), CEI, Austrália,
EUA e União Africana.
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quarta-feira, 9 de maio de 2012
1165- Contraponto Noticias com Mario Lucio Quintão
José Luiz Quadros de Magalhães entrevista o professor Mario Lucio Quintão Soares.
clique no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=9APyng0ZzXY&feature=g-upl
clique no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=9APyng0ZzXY&feature=g-upl
1164- Contraponto Noticias com José Luiz Borges Horta
José Luiz Quadros de Magalhães e Tatiana Ribeiro de Souza entrevistam o professor José Luiz Borges Horta sobre o Estado de Direito.
clique no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=qLLMzKD35fo&feature=youtu.be
clique no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=qLLMzKD35fo&feature=youtu.be
1163- Contraponto cultura - com Antonio Borges (Cebola)
Programa Contraponto Cultura
Tatiana Ribeiro de Souza e José Luiz Quadros de Magalhães entrevistam Antonio Borges (Cebola) sobre lançamentos da editora Boitempo e da Fundação Perseu Abramo.
clique no link abaixo:http://www.youtube.com/watch?v=AKaueiyan60&feature=youtu.be
sábado, 5 de maio de 2012
1162- Colombia: Inauguran casa de justicia ordinaria y wayúu en Uribia
Colombia: Inauguran casa de justicia ordinaria y wayúu en Uribia

Indígenas wayúu
Servindi, 2 de mayo, 2012.- Una Casa de Justicia donde se impartirá
la justicia wayúu además de la ordinaria fue inaugurada en Uribia, la
capital Indígena del departamento de La Guajira, el pasado 30 de abril.
La iniciativa partió del Ministerio de Justicia, la Gobernación de La
Guajira, la Fundación Cerrejón para el Fortalecimiento Institucional y
la Alcaldía de Uribia, con el apoyo de la Agencia de los Estados Unidos
para el Desarrollo Internacional (USAID).
Esta centro de justicia originaria se suma a 78 que hay en el país.
El 90% de la población de la zona es indígena wayú, por ello en este
centro se repartirán dos justicias oficiales: la propia, que es regida
por el Sistema Normativo Wayú bajo la figura del Palabrero y la
ordinaria.
“En La Guajira hay tantas casas de justicia como palabreros; ojalá
los colombianos aprendamos esta lección”, dijo Juan Carlos Esguerra, el
ministro de Justicia, durante la inauguración.
“Si mis profesores hubieran sido palabreros y no de derecho procesal
probablemente me habrían enseñado a conciliar, a buscar una fórmula de
entendimiento y no a pleitear”, aseguró el ministro Esguerra.
“Si esta casa sirve para que la justicia ordinaria aprenda de la
propia cómo realmente debe hacerse justicia, habrá servido enormemente
mucho más, para el resto de los colombianos que para los wayú quienes
tenían casas de justicia de vieja data”, concluyó.
Por su parte, Sergio Cohen, uno de los palabreros de los wayú en la
Guajira señaló que con la administración de justicia pueden “reafirmar y
consolidar nuestros derechos, siempre motivados en la búsqueda propia
de las buenas soluciones a los diferentes problemas con quienes
compartimos este territorio”.
El Programa de Casas de Justicia fue creado en 1995 por el Ministerio
de Justicia. Esta iniciativa ha permitido la expansión de los servicios
de justicia a poblaciones vulnerables y de escasos recursos.
Otras noticias:
- Colombia: Bombardean resguardo indígena en el Cauca
- Colombia: Estudian lengua indígena de cultura que se creía extinta
- Colombia: Organizan Segunda Asamblea de Mujeres Indígenas del Cauca
- Colombia: Secuestran a lideresa indígena del pueblo Pasto
- Ecuador: La Justicia indígena en el ordenamiento jurídico
- Para visitar o sitio original clicar abaixo:
- http://servindi.org/actualidad/63692?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+Servindi+%28Servicio+de+Informaci%C3%B3n+Indigena%29
1161- Jornal Brasil de Fato - Coluna do Frei Gilvander
Estimados amig@os,
O acesso às informações de qualidade é importante para a nossa vida, uma vez que orientam a nossa prática e contribuem na compreensão da realidade. A classe dominante brasileira transformou os seus veículos de comunicação (televisão, internet, revistas semanais e jornais da chamada grande mídia) em trincheiras de luta ideológica contra a classe trabalhadora e contra o povo brasileiro.Dentro dessa lógica, a elite usa e abusa da manipulação de informações e de análises distorcidas, para justificar seus falsos valores, modos de vida e formas de dominação. Ao mesmo tempo, procura satanizar, desmoralizar e criminalizar os movimentos sociais e a luta social na defesa dos direitos do povo e da construção de uma sociedade mais justa e fraterna.A classe dominante defende os mecanismos da dominação capitalista, a exploração do trabalho, a extração da mais-valia e a acumulação gerada pelo consumismo individualista, mesmo com o suor e lágrimas de milhões de brasileiros que trabalham e ficam com uma parte muito pequena da riqueza gerada com o seu esforço, suor e preocupações cotidianas.Os movimentos sociais do campo e da cidade constroem desde janeiro de 2003 um conjunto de veículos de comunicação para tentar romper a barreira de hegemonia da classe dominante.Temos como ferramentas o nosso jornal impresso BRASIL DE FATO, uma agência de notícias www.brasildefato.com.br e uma agência de rádio, a RADIOAGÊNCIA NP. Além da construção desses meios de comunicação, procuramos enviar boletins eletrônicos com informações sistematicamente e estamos nas redes sociais (como no Twitter e Facebook).Desenvolvemos também, junto aos movimentos sociais, uma prática de editar jornais impressos de especiais, de caráter popular, sobre temas específicos da luta de classes, sobre grandes temas nacionais.Esses jornais especiais têm uma circulação milhares de exemplares. Fizemos uma edição especial sobre as mudanças no Código Florestal, com uma tiragem de 500 mil exemplares. Estamos fazendo uma campanha para lançar uma jornal sobre o livro a PRIVATARIA TUCANA (clique aqui para contribuir), um tema importante que a grande imprensa escondeu, apresentando as principais denúncias. Vamos lançar também um jornal especial para a conferência CÚPULA DOS POVOS, que acontecerá durante a Rio+ 20, em junho.Dessa forma, buscamos abrir um debate nacional sobre grandes temas com a sociedade, com reportagens que ajudem todos os cidadãos, que lutam por uma vida melhor e por uma sociedade fraterna.O Brasil de Fato é fruto da construção dos movimentos sociais, da militância e de muitas entidades que apoiam esse projeto, além do trabalho militante de dezenas de profissionais da comunicação, que encontram em nossos veículos um espaço aberto para exercer o jornalismo.O desafio é ampliar cada vez mais o número de leitores e de assinantes. As assinaturas, a melhor forma de garantir o acesso às informações impressas, são o modo de sustentação desse sistema de comunicação popular.Faça parte desse projeto de comunicação popular. Se você já for assinante, promova a assinatura dos seus amigos, dê de presente. Caso você ainda não seja assinante, faça a sua assinatura.O jornal trabalha com a forma de parcelamento no cartão de crédito (acesse o formulário online onde consta a opção de pagamento no cartão de crédito).Contamos com o seu indispensável apoio. Sem o apoio de cada cidadão brasileiro com preocupado com a resolução dos grandes problemas do país, não será possível travar essa batalha na comunicação.Se você pertence a algum movimento, participa de alguma atividade política e cultural ou gosta de escrever, envie também seus textos. Estimule também as pessoas do seu trabalho, igreja, escola/universidade e movimento social que enviem noticias para o Jornal Brasil de Fato. Certamente aproveitaremos nos nossos veículos.Um forte abraço a todos e todas.João Pedro Stedilemembro do conselho do Brasil de Fato pelos movimentos sociaisNilton Viannaeditor-chefe do Brasil de Fato e da coordenação do conselho editorialUm abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.
e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br
www.gilvander.org.br
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quinta-feira, 3 de maio de 2012
1160- Uma vitória na luta de cinco Ocupações em Timóteo - Coluna do Frei Gilvander
Uma vitória na luta de cinco Ocupações
em Timóteo.
Release/Nota à Imprensa e à sociedade.
“Podemos não ganhar todas as lutas, mas nunca perderemos por não termos
lutado.”
Após um dia de
muita tensão (02/05/2012) e quase uma noite inteira de angústia das centenas de
famílias das seis Ocupações urbanas da cidade de Timóteo, Vale do Aço, MG, eis,
que na madrugada de hoje conquistamos junto ao TJMG uma decisão judicial que
suspendeu a Liminar de reintegração de posse para cinco Ocupações urbanas de
Timóteo, que estavam em áreas públicas.
O
desembargador de plantão, Marcelo Rodrigues, percebendo que o despejo poderia
“causar grave lesão de difícil reparação”, que a Liminar de 1ª instância
autorizava reintegração de posse em área na cidade de Timóteo, sem a discriminação
ou individuação das famílias que tem posse nova e posse velha, que o próprio
município de Timóteo, em sua petição anotou a existência de casas populares,
inclusive doadas pela própria municipalidade (em passado remoto), deferiu
decisão conferindo efeito suspensivo à Liminar de reintegração de posse.
De fato, há
dezenas - se não centenas – de moradias antigas com casas já consolidadas nos
terrenos ocupados.
Ontem, à
tardezinha e início da noite, por várias horas cerca de 3 mil pessoas
bloquearam uma das principais avenidas de Timóteo se manifestando contra o
despejo. E passaram a noite inteira mobilizados, sem dormir, para tentar
resistir à iminência de despejo.
Mas em uma das
Ocupações que estava em área privada, também com Liminar de reintegração de
posse, a Polícia Militar de Minas, com grande aparato repressivo, despejou as
43 famílias que ocupavam a área. As famílias que não puderam voltar a sobreviver
nas costas de parentes foram levadas para um Ginásio. Em que condições? Até
quando?
Ficamos contentes
com a decisão do TJMG na madrugada de hoje suspendendo uma das liminares de
reintegração de posse que dava direito à PM de despejar o povo de cinco
Ocupações de Timóteo. Alertamos que a decisão foi de um plantonista, podendo a
decisão ser reconsiderada pelo desembargador relator para quem o Agravo cairá
por sorteio.
As Brigadas
Populares estão acompanhando as cinco ocupações que foram “salvas”
momentaneamente pela decisão de um plantonista do TJMG.
O prefeito de
Timóteo, o governo estadual e a presidenta Dilma não fizeram nenhuma casa
popular pelo Programa Minha Casa minha Vida em Timóteo para famílias de zero a
três salários. O déficit habitacional em Timóteo é muito grande.
Problema
social não se resolve jamais com polícia. Com repressão só piora a situação
social. Problema social se resolve de forma justa é com Política, no caso,
política habitacional séria. Basta de empurrar os pobres para a marginalização.
Esperamos que,
agora, com a suspensão do despejo de cinco ocupações que o Prefeito de Timóteo,
Sr. Sérgio Mendes (PSB), se abra para uma Mesa de negociação com as lideranças
das ocupações para se chegar a uma saída justa que viabilize moradia popular
para as centenas de famílias que estavam crucificadas pelo aluguel, por
sobreviver de favor e que, por isso, ocuparam terrenos baldios e abandonados da
municipalidade de Timóteo.
Em tempo, as Brigadas Populares e as
lideranças das Ocupações estão organizando para hoje, quinta-feira, dia
03/05/2012, às 15 horas uma Manifestação em frente à Prefeitura de Timóteo,
apesar da suspensão dos despejos das áreas públicas, para exigir uma decisão
definitiva que contemple os direitos e a dignidade do povo timotense.
CONTATOS
para maiores informações nas seis Ocupações, em Timóteo:
a) com
Ana de Souza (adv.), cel.: 31 9231 4929; b) com Dr. Joviano Mayer (adv.),
cel.: 031 9477 4227. c) com Júnior, cel.: 31 9456 7448; d) com Cleunice, cel.:
31 8529 2378; e) com Eliene, cel.: 31 8516 6538; f) com Jaldemir, cel.: 31 9131
8341.
Para entender
o CONFLITO SOCIAL QUE OCORRE NA CIDADE DE TIMÓTEO, leia o texto de frei
Gilvander Luís Moreira: “OCUPAÇÕES:
da necessidade à luta”, disponibilizado na internet, inclusive no sítio
www.gilvander.org.br
Veja também as
entrevistas que frei Gilvander fez nas ocupações de Timóteo. Estão no youtube e
em www.gilvander.org.br (secção
GALERIA DE VÍDEOS).
Belo
Horizonte, MG, Brasil, 03 de maio de 2012.
terça-feira, 1 de maio de 2012
1157- Do nascimento do constitucionalismo moderno proclamando liberdade e igualdade e outros mitos modernos - Coluna do professor José Luiz Quadros de Magalhães
Do nascimento do
constitucionalismo moderno proclamando liberdade e igualdade e outros mitos
modernos.
JOSÉ LUIZ QUADROS DE MAGALHÃES
O constitucionalismo moderno se afirmou com as revoluções burguesas na
Inglaterra em 1688; nos Estados Unidos, em 1776, e na França em 1789. Podemos,
entretanto, encontrar o embrião desse constitucionalismo já na Magna Carta de
1215. Não que a Magna Carta seja a primeira Constituição moderna, mas nela já
estão presentes os elementos essenciais deste moderno constitucionalismo como
limitação do poder do Estado e a declaração dos Direitos fundamentais da pessoa
humana, o que a tornou uma referencia histórica para alguns pesquisadores.
Podemos dizer que, desde o
inicio do processo de afirmação do constitucionalismo moderno no século XVIII
até os dias de hoje, toda e qualquer Constituição do mundo, seja qual for o seu
tipo, liberal, social ou socialista, contém sempre como conteúdo de suas normas
estes dois elementos: normas de organização e funcionamento do Estado,
distribuição de competências e, portanto, limitação do poder do Estado e normas
que declaram e posteriormente protegem e garantem os direitos fundamentais da
pessoa humana. O que muda de Constituição para Constituição é a forma de
tratamento constitucional oferecida a este conteúdo, ou seja, o grau de
limitação ao poder do Estado, a forma como o poder do Estado está organizado e
os meios existentes de participação popular e de respeito à liberdade de
imprensa, de consciência e de expressão, o respeito às minorias e a diversidade
cultural e étnica (regime e sistema político), a forma de distribuição de
competência e de organização do território do Estado (forma de Estado), a
relação entre os poderes do Estado (sistema de governo) e os direitos
fundamentais declarados e garantidos pela Constituição (tipo de Estado).
Outro aspecto do
constitucionalismo moderno diz respeito à sua essência. O nascimento desse
constitucionalismo coincide com o nascimento do Estado liberal e a adoção do
modelo econômico liberal. Portanto, a essência desse constitucionalismo está na
construção do individualismo e de uma liberdade individual, construída sobre
dois fundamentos básicos: a omissão estatal e a propriedade privada.
A idéia de liberdade no
Estado liberal, inicialmente, está vinculada à idéia de propriedade privada e
ao afastamento do Estado do que se convencionou chamar de esfera privada
protegendo as decisões individuais. Em outras palavras, há liberdade à medida
que não há a intervenção do Estado na esfera privada e, em segundo lugar,
podemos dizer, segundo o paradigma liberal, que os homens eram livres, pois
eram proprietários (na primeira fase do liberalismo, as mulheres não tinham
direitos e a democracia majoritária não existia). Esses dois aspectos são
fundamentais para a compreensão do conceito de liberdade no paradigma liberal
do século XVII e XVIII.
Embora este paradigma
tenha sido superado na história do século XX, acompanhado pelas teorias que
surgem de novas práticas e sustentam novas compreensões, ele retorna como
farsa, como mecanismo de encobrimento do real, no final do século XX.
Por este motivo é
importante ressaltar a necessidade da
inserção histórica desse pensamento para a sua adequada compreensão e do papel
que este desempenha em cada momento histórico: revolução ou farsa. Em primeiro
lugar, é importante lembrar contra qual Estado se insurgem os liberais. Não se
pode dizer que os liberais revolucionários são contrários ao Estado social ou
socialista ou qualquer outra formulação histórica posterior, justamente pelo
fato de que o Estado que conheciam e contra o qual lutavam era o Estado
absoluto. Portanto, a primeira constatação importante é de que os liberais se
insurgem contra o Estado absoluto. Quando esses pensadores visualizam o Estado
como o inimigo da liberdade, têm como referencia o Estado absoluto, que
eliminou diversas liberdades para grande parte da população, e transformou os
posteriormente chamados direitos individuais em direitos de poucos privilegiados.
Essa compreensão histórica da teoria liberal nos ajuda a entender por que os
liberais compreendem os direitos individuais como direitos negativos,
construídos contra o Estado, conquistados em face do Estado.
A partir do constitucionalismo
liberal, o cidadão pode afirmar que é livre para expressar o seu pensamento,
uma vez que o Estado não censura sua palavra; o cidadão é livre para se
locomover, uma vez que o Estado não o prende arbitrariamente; o cidadão é
livre, uma vez que o Estado não invade sua liberdade; a economia é livre, uma
vez que o Estado não regula ou exerce atividade econômica. Lembramos que o
Estado que os liberais combatiam era o Estado absoluto.
Um aspecto fundamental
para a correta compreensão do constitucionalismo liberal e de qualquer idéia ou
teoria é a necessidade de inserção desta no contexto histórico em que ela
surge. O pesquisador, o leitor interessado em compreender o pensamento de
determinado autor deve conhecer o autor, sua historia e para qual realidade
esse autor escreveu ou escreve. Isso evitará muitos erros de compreensão comuns
e recorrentes na análise e compreensão de textos históricos. Não se pode
compreender o pensamento de Hobbes sem conhecer sua história e o momento
histórico que inspirou seu pensamento. Isso vale para qualquer outro pensador,
e as grandes incompreensões das teorias decorrem justamente da falta de
conhecimento do contexto histórico no qual elas foram pensadas e construídas, e
mais, por quem essas teorias foram pensadas. Não se pode, por exemplo, ler
Nietsche (um dos pensadores mais incompreendidos) sem conhecer sua história; o
risco que se corre é compreendê-lo pelo avesso ou, na verdade, não
compreendê-lo. Portanto, para entender a defesa que os liberais fazem da
propriedade privada, a confusão que fazem entre economia livre e omissão
estatal, desregulamentação e propriedade privada dos meios de produção, é
importante compreender o contexto histórico e a ideia de Estado que esses
liberais tinham no momento da construção de suas teorias. Ao estudarmos a
história da realidade econômica (e não do pensamento econômico) desde então,
perceberemos, com clareza, que esses fatores só trouxeram opressão e exclusão,
portanto, falta de liberdade para grande parte dos cidadãos.
Outro obstáculo que ocorre
com freqüência são as traduções. Sejam as traduções publicadas, sejam as
traduções ou leituras diretas feitas pelo pesquisador e estudioso leitor.
Devemos lembrar que os idiomas são sistemas complexos que relacionam
significados a significantes, assim como as, muitas vezes, estreitas regras
linguísticas, condicionam compreensões, vinculam palavras, limitam o pensar. As
palavras e seus significados são condicionados por contextos históricos os mais
distintos, assim como a gramática. Não se lê uma obra complexa com o dicionário
na mão. É necessário recorrer à discussão e a busca histórica do contexto em
que a obra foi escrita, traduzida, e de que forma as palavras eram
compreendidas e limitadas ou ampliadas nos seus significados no momento em que
foi escrita. Trata-se de um trabalho de inserção cultural. Daí nos parecer
muito estranho quando alguns autores que se dizem interpretes oficiais de
determinados pensadores, se qualificarem como donos da verdade dos autores
estudados. Por mais que se estude um determinado autor, o máximo que teremos é
a nossa compreensão, construída coletivamente ou não, daquele autor. E isto se
mostra com mais intensidade quanto maior a complexidade da obra, da idéia, da
linguagem, da distancia no tempo, da distância cultural e das barreiras
idiomáticas.
Assim podemos pensar que a
defesa do Estado forte defendido por Hobbes ocorre em uma realidade de caos
decorrente da fragmentação de poder não coordenada, que trouxe constantes
guerras e destruição. O Estado absoluto surge com a necessidade de se colocar
ordem no caos, surge da necessidade de segurança, e daí decorre a construção de
uma única vontade estatal encarnada no soberano e no conceito antigo de
soberania una, indivisível, imprescritível e inalienável, já estudado no
volume 2 do nosso Curso de Direito Constitucional. Do poder permanentemente
negociado, da existência de diversos espaços quase soberanos, da negociação de
fidelidade dos exércitos dos senhores feudais, característica final do
feudalismo, surge o Estado absoluto, com um único foco de poder, uma única
vontade soberana e um único exército. Isso é garantia de segurança. O Estado
moderno, na sua versão absolutista, surge da afirmação do poder do rei perante
os impérios e a igreja (soberania externa) e perante os senhores feudais
(nobres) que fragmentavam o poder do Estado, cada um possuindo seu próprio
exército e poder quase soberano sobre o seu feudo. As vitórias dos reis sobre
os impérios e a Igreja, de um lado, e sobre os senhores feudais, de outro lado,
são a base para o surgimento do Estado moderno, que é um Estado territorial,
nacional, centralizador de todos os poderes e soberano em duas dimensões, a
externa e a interna.[1]
O Estado nacional é uma
construção histórica complexa, realizada com a força dessa única vontade e
desse único exército. A criação dos Estados nacionais, como Espanha e França, é
um exercício de imposição de um valor comum, uma história comum, um idioma
comum, uma religião comum, capaz de criar um elo entre os habitantes desse
Estado que os faça sentirem-se parte da vontade nacional, parte do Estado
nacional. O sentimento de pertinência ao Estado nacional é elemento fundamental
para sua formação e permanência. Este é um passo fundamental para que o poder
do Estado encarnado no Rei fosse reconhecido pelos súditos: criar valores e
ressaltar aspectos comuns de identificação dos súditos entre si para que estes
reconheçam o poder do soberano.
Entretanto esse Estado
absoluto elimina cada vez mais a individualidade (o liberalismo não inventa o
indivíduo, reinventa-o de uma maneira egoísta, monolítica e hoje,
propositalmente descontextualizada), eliminando a vontade pessoal e o espaço de
seu exercício. É nesse contexto que o pensamento liberal surge e as revoluções
liberais ocorrem. Elas representam um resgate de uma liberdade perdida (ou de
algo que certamente se perdeu mas não se sabe mais o que foi) há muito tempo,
uma vez que a opressão do Estado absoluto tornou insuportável a vida pessoal. O
Estado liberal não inventa o individuo, ele sistematiza e ideologiza o
individualismo, mas, acima de tudo, o Estado liberal representa a vitória da
burguesia, e logo a vitória dos interesses desta classe. Quanto ao povo, resta
o discurso de liberdade, em que muitos ainda acreditam hoje. Resta a liberdade
liberal do sonho da riqueza por meio do trabalho ou, melhor dizendo, da “livre
iniciativa” e da “livre concorrência”.
Não nasce neste momento uma sociedade que corresponda ao discurso sempre
interpretado. Não surge neste momento uma sociedade de homens livres e iguais.
A liberdade e igualdade reinventadas permanecem para poucos e ainda hoje é
assim na desigualdade de uma sociedade em que muitos passam à margem. Não só
para poucos era a liberdade e igualdade mas para poucos também era a
possibilidade de dizer o que era essa liberdade e igualdade e ainda hoje é
assim na desigualdade de uma sociedade em que muitos passam à margem.
Entretanto alguns contam uma outra história, encoberta, de um Estado liberal
que implantou liberdade e igualdade sobre uma realidade histórica de um Estado
que não foi democrático e de uma sociedade que não foi livre e não foi igual.[2]
A essência do
constitucionalismo liberal no seu momento inicial é a segurança nas relações
jurídicas e a proteção do individuo (proprietário, homem e branco) contra o
Estado. Não há uma conexão entre constitucionalismo e democracia naquele
momento. Se a democracia deve ser hoje elemento essencial para o
constitucionalismo, no inicio do constitucionalismo liberal ela parecia
incompatível com a essência deste. Como combinar a proteção da vontade de um
com a democracia majoritária em que prevalece a vontade da maioria. A junção
entre democracia e constitucionalismo liberal ocorre na segunda fase do Estado
liberal, que estudamos no nosso livro Direito Constitucional, tomo I[3].
A idéia de que a vontade da maioria não pode tudo e que um governante não pode
alegar o apoio da maioria para fazer o que bem entender decorre dessa junção
importante para a teoria constitucional. O absolutismo da maioria é tão
perverso quanto o absolutismo de um grupo, e a confusão entre opinião pública e
democracia é sempre muito perigosa. Logo, a democracia constitucional liberal,
construída no século XIX, entende que a vontade da maioria não pode ignorar os
direitos da minoria e os direitos de um só. Os limites à vontade da maioria são
impostos pelo núcleo duro, intocável dos direitos fundamentais, protegidos pela
Constituição, e que na época do liberalismo eram reduzidos apenas aos direitos
individuais, efetivamente de poucos. Isto à época é bastante complicado pois a
maioria pode desde que não afete os interesses e direitos históricos de um
elite proprietária, o que tornava os limites para a democracia representativa
liberal muito largos.
Desde então, o
constitucionalismo evoluiu, transformou-se, regrediu nos últimos tempos e hoje
se encontra em grave crise, quando o discurso econômico, de forma ideológica e
autoritária, submete o Direito a seus pseudo-imperativos matemáticos.
Entretanto podemos dizer que em todas as constituições modernas (sejam liberais,
sociais ou socialistas) vamos encontrar sempre os dois tipos de conteúdos
comuns em suas normas: organização e funcionamento do Estado com a sua
conseqüente limitação do poder e a declaração e proteção dos direitos
fundamentais da pessoa humana.
A evolução do
constitucionalismo moderno coincide com a evolução do Estado moderno, o que foi
estudado no capítulo 1 e 2 do tomo I do livro Direito Constitucional e revisto
com outro enfoque no capítulo 2 do tomo II. Portanto não cabe aqui retomarmos
este tema e remetemos o leitor à leitura daqueles capítulos.
As constituições modernas
que representam o início desse longo processo de construção do
constitucionalismo são a da Inglaterra (a partir simbolicamente da Magna Carta
de 1215 e em constante processo de construção até os dias de hoje), a
Constituição norte-americana de 1787 e as constituições francesas do período
revolucionário de 1791, 1793, 1795, 1799 e 1804. No Brasil, a nossa primeira
Constituição de 1824 (no Império) e a de 1891 (primeira republicana) são
liberais e representam a primeira e segunda fase do constitucionalismo. A fase
de transição para o constitucionalismo liberal no Brasil ocorre na década de
1920 e a nossa primeira Constituição social é a de 1934. A Constituição de 1937
representa a influência do social-fascismo no Brasil. Essa Constituição traz os
elementos característicos dessa ideologia (ultranacionalista, antiliberal,
anti-socialista, anticomunista, antidemocrática, anti-operariado e
autoritária). Em 1946, temos o retorno do Estado social e democrático
(democracia representativa) com nova interrupção autoritária em 1964.
A ditadura do empresariado
e dos generais, apoiada pelo governo dos Estados Unidos sustentado por
interesses econômicos variados, tentou se legitimar com as constituições
autoritárias (e desrespeitadas pelo próprio governo ditatorial) de 1967 e 1969.
Essas constituições têm caráter autoritário e permanecem até a Constituição de
1988, típica Constituição social que introduz, entretanto, o novo conceito de
Estado Social e Democrático de Direito, interpretado de maneira diversa pelos
autores contemporâneos.
Em toda a história do
constitucionalismo moderno, entretanto, a democracia foi uma exceção apenas
tolerada pela elite econômica. A historia da América Latina nos mostrou no
século XX como, quando o povo de forma organizada, e seguindo os mecanismos
legais e constitucionais que estabelecem as regras do jogo da democracia
representativa majoritária, afetam interesses econômicos desta elite,
imediatamente ocorre uma ruptura com a ordem constitucional, numa aliança
comum, entre empresários e militares, no decorrer das décadas de 60. 70 e 80.
No final da década de
noventa e nesta primeira década do século XXI a história se mostrou diferente.
A aliança entre a elite empresarial e os militares de alta patente contra a
democracia popular falhou pela primeira vez na Venezuela, o que abriu espaço
para mudanças populares e democrático-participativas na Bolívia e Equador com
repercussão em diversos outros Estados latino-americanos. Mudanças lentas e
negociadas com muita dificuldade também ocorrem na Argentina, Chile,
Uruguai, Peru, Colombia e Brasil, mudanças estas sempre combatidas pela mídia concentrada
controlada pelas corporações capitalistas. A mudança social tem sido difícil, especialmente
diante de mecanismos ideológicos cada vez mais sofisticados e concentrados,
insistentes em criar um mundo artificial, propositalmente encobridor do real. A
Busca do real, as revelações das reais intenções, dos reais jogos de poder,
torna-se uma tarefa revolucionaria, pois somente quando as pessoas forem
capazes e tiverem a coragem de buscar o real, podemos efetivamente promover uma
mudança permanente, em direção a um outro lugar, a um outro mundo possível.
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