domingo, 28 de agosto de 2011

655- Uma música - Mercedes Sosa - Solo le pido a Diós

Solo le pido a Dios
Mercedes Sosa
 
 
Solo le pido a Dios
Que el dolor no me sea indiferente,
Que la reseca Muerta no me encuentre
Vacio y solo sin haber hecho lo suficiente.
 
Solo le pido a Dios
Que lo injusto no me sea indiferente,
Que no me abofeteen la otra mejilla
Despues que una garra me araño esta suerte.
 
Solo le pido a Dios
Que la guerra no me sea indiferente,
Es un monstruo grande y pisa fuerte
Toda la pobre inocencia de la gente.
 
 
Solo le pido a Dios
Que el engaño no me sea indiferente
Si un traidor puede mas que unos cuantos,
Que esos cantos no lo olviden facilmente.
 
Solo le pido a Dios
Que el futuro no me sea indiferente,
Desahuciado esta el que tiene que marchar
A vivir una cultura diferente.
 
Solo le pido a Dios
Que la guerra no me sea indiferente,
Es un monstruo grande y pisa fuerte
Toda la pobre inocencia de la gente.
 


654- Coitada da Yolanda - Coluna do professor Virgilio Mattos


COITADA DA YOLANDA!
        Virgílio de Mattos


Dias duros, como diz minha querida amiga Miriam. Uma outra amiga, de Santa Clara, me manda a notícia demolidora sobre a última entrevista (1) de Pablo Milanes,  de quem ambos, eu e ela, gostávamos tanto, queríamos tanto e respeitávamos tanto.
Só pude vê-lo uma única vez e pareceu-me um cara legal, ainda que extremamente tímido. Confesso que estávamos um pouco ‘molhados’ de mojitos naquele bar que parece um longo trailer no lado esquerdo do porto de Havana.
  Tempos depois estivemos por lá, eu Laurinha, Loyola e Caridad, pela última vez, em 2005 ou 2006, acho. Ainda deve estar por lá o velho bar. Hoje talvez cheio de turistas com os rostos rosados e encantados com a Vieja Habana, que sem o bando de turistas era muito melhor, mesmo quando mandavam ali os espanhóis ou os estadunidenses. Bobagem minha, turistas vão tomar mojitos na Bodeguita. Deveriam ir tomar no cu, ia quase escrevendo, mas tem muito turista que vai à Cuba exatamente pra isso, em especial italianos e espanhóis, foi por isso que refreei-me a tempo.
O barquinho que fazia o trecho dentro do porto não está mais à disposição para quem gostava de passear dentro do canal. A gente quase sufocado com a fumaça, um cheiro de óleo espesso e rindo, tomando rum e derretendo de calor por todos os poros.
Mas a notícia não era nenhuma brincadeira, Íris não tem nenhum senso de humor quando fala sobre a Revolução, parece uma uruguaya!
Eu já me havia aborrecido antes com Silvio Rodriguez, mas tenho que dar a cara à tapa: ele sempre se preocupou com o caráter mais, digamos elegantemente, rentável de sua obra sem nunca falar mal da Revolução que o criou.
E ninguém aqui é contra a crítica. Mas que seja, além de honesta e sincera, medida de que lugar é feita. Onde é feita. Por quem é feita. E, neste caso específico, para quem é feita. Posso dizer, por exemplo: minha mãe sempre foi uma filha da puta controladora, sem que com isso a desqualifique, exceto como uma filha da puta controladora, me entende?
Agora o Pablo vem com essa conversa, com essa espécie de síndrome de Marcos Vale habanero, dizendo que não confia em ninguém com mais de 75 anos?
E a senhora sua mãe (dele), como vai?
      Oportuno Enrique Santos Discepolo, no impagável Cambalache:
‘Dale nomas, dale que va,
que alla en el horno nos vamo a encontrar.’
Lembro-me de um antigo poema, do início da década de 1970, um período triste, que dizia:
“Que mala hora para mi,
Que (dizia um outro nome) Pablo Milanes  - digo eu -
Haya metido tan hondo y en tan mala hora
La pata”.

Por plata. Penso.
Mas dizer uma merda dessas por dinheiro?
Coitada da Yolanda.
____________________________
1-    Ao EL NUEVO HERALD, de Miami. Órgão da extrema direita daquele nefasto país ao norte do México e ao sul do Canadá.

653- "Igualdade", Escola e Gênero no Brasil - Coluna do professor Alexandre Bahia

“Igualdade”, Escola e Gênero no Brasil

Por Alexandre Bahia

Um dos maiores desafios que o Brasil ainda enfrenta no que tange ao direito de igualdade é, certamente, a promoção de igualdade entre homens e mulheres. Não é demais lembrar que, até o final do século XX, mulheres, ao se casarem, eram destituídas da condição de “maiores e capazes” e se tornavam relativamente incapazes (art. 6º, II – CC/1916) – o que só foi alterado com a lei 4.121/62, chamada de “Estatuto da Mulher Casada” (1).
Mesmo assim, a mulher ainda aparecia numa condição de inferioridade perante o marido e apenas com a Constituição de 1988 essa situação se alterou, pois que esta prevê, logo no “caput” do art. 5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...”, e, em seu inciso I: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações nos termos desta Constituição”.
De lá prá cá houve avanços, sem dúvida, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido até que o Brasil alcance um nível razoável de igualdade de gênero. Atualmente ocupamos o penúltimo lugar nesse quesito na América Latina e Caribe! Foi preciso que o País fosse condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos a aprovar uma lei de proteção contra violência doméstica às mulheres para que a Lei Maria da Penha fosse finalmente aprovada.
O Brasil faz parte de uma rede internacional que busca a promoção de uma “Educação não-sexista e anti-discriminatória”. Segundo pesquisa dessa rede:
Quanto à distribuição da população por sexo por seções de atividades, entre 2000 e 2008 (...).
Apesar da crescente presença das mulheres em diversos setores da economia, observa-se que se mantém grande concentração nos serviços doméstico e nas áreas de educação, saúde e serviços sociais, áreas historicamente consideradas redutos femininos dentro da tradicional divisão sexual do trabalho.
Diversos estudos nacionais apontam que, apesar das mulheres apresentarem uma escolaridade maior do que os homens, tal vantagem ainda não se reflete diretamente na melhoria de rendimentos, condições de trabalho, na ocupação de postos de liderança e na partilha do trabalho doméstico, ainda sob responsabilidade predominante das mulheres (...).
As mulheres – principalmente as mulheres negras – possuem rendimentos mais baixos que os dos homens e, ainda que em média tenham níveis de escolaridade mais elevados, continuam enfrentando o problema da segmentação ocupacional, que limita seu leque de possibilidades de emprego. (...)
Em números absolutos, as mulheres ainda constituem a maioria dos analfabetos com mas de 10 anos de idade no país, apesar da diferença entre os sexos ter diminuído ao longo da última década (...).(2)

Em suma, se têm havido avanços, o fato é que ainda há muito o que fazer. Um dos locais privilegiados para isso é a escola. Ela não pode ser um ambiente que reproduz estereótipos de gênero, como separações atividades físicas próprias a gênero e vedadas ao outro. Ainda, um dado levantado pelo Instituto ECOS e citado no documento acima é que poucos cursos de Pedagogia no Brasil possuem cadeiras que discutem a formação de professores com questões de gênero e sexualidade. Isso apesar da “Educação em Sexualidade” fazer parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais desde a década de 1990 – sendo, inclusive, colocada como tema “transversal”, é dizer, que deve perpassar todas as disciplinas –, o que justifica porque se observa o pouco que vem sendo feito sobre o tema, principalmente em escolas públicas.(3)
Igualdade não significa apenas tratamento isonômico, mas, também deve refletir tratamento diferenciado em certos casos. A fixação de quando se deve fazer uma ou outra coisa não há que se feita apenas por técnicos e experts da área – não vamos repetir os erros do Estado de Bem-Estar Social – mas de forma comparticipativa entre os afetados pelas políticas, que devem poder influenciar os centros formadores da vontade e da opinião políticas. Também aqui pecamos, uma vez que minorias – como as mulheres – vêm tendo pouco espaço (basta citar, por exemplo, que o Brasil é um dos países com menor proporção de mulheres na política).
Há que se aprofundar a democracia em nosso País, cultivando uma cultura de Direitos Humanos e, portanto, de promoção de igualdade e liberdade em todos os níveis; tomando-se a questão da mulher, desde uma maior participação desta na política até o nível doméstico, passando por espaços de formação e socialização como a escola.

________________________________________________   
1- O CC/1916 também dizia, em sua versão original, a respeito da família, que o marido era o chefe da sociedade conjugal e que lhe competia, entre outras coisas, a administração dos bens comuns e dos bens particulares da mulher “que ao marido competir administrar em virtude do regime matrimonial adaptado, ou do pacto antenupcial”; bem como era do marido o direito de “fixar e mudar o domicílio da família” e de “autorizar a profissão da mulher e a sua residência fora do teto conjugal” (ver art. 233). Com a lei 4121/62, o art. 233 também foi alterado para dispor:
Art. 233. O marido é o chefe da sociedade conjugal, função que exerce com a colaboração da mulher, no interesse comum do casal e dos filhos (...). Compete-lhe:
I - a representação legal da família;
II - a administração dos bens comuns e dos particulares da mulher que ao marido incumbir administrar, em virtude do regime matrimonial adotado, ou de pacto, antenupcial (...);
III - o direito de fixar o domicílio da família ressalvada a possibilidade de recorrer a mulher ao Juiz, no caso de deliberação que a prejudique;
IV - prover a manutenção da família, guardadas as disposições dos arts. 275 e 277.
Outra alteração importante daquela lei foi que, pelo art. 380 original, o pátrio poder era exclusividade do marido, com a lei 4121/62, o artigo passou a dispor: “Durante o casamento compete o pátrio poder aos pais, exercendo-o o marido com a colaboração da mulher”.
2- INFORME BRASIL – GÊNERO E EDUCAÇÃO. Resumo-Executivo. Disponível em: .
3-Sobre isso ver: PEREIRA, Graziela Raupp; BAHIA, Alexandre Gustavo Melo Franco. Direito fundamental à educação, diversidade e homofobia na escola: desafios à construção de um ambiente de aprendizado livre, plural e democrático. Educar em Revista, Curitiba, n. 39, abril 2011, p. 51-71.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

652- Que inocência!!! Coluna do professor José Luiz Quadros de Magalhaes

Que inocência!
por José Luiz Quadros de Magalhaes

Vladimir Safatle é muito bom em seus escritos, mas no texto reproduzido aqui embaixo, acredito, se equivocou, muito!
O caso Libio e Sirio sao muito diferentes do Egito e Tunisia (que ainda nao se resolveram). Nao estou defendendo o governo Libio. Nao dá. É claro que nao. Negócios com o Berlusconi, distribuicao da riqueza pela familia, entre outros absurdos. Mas daí comparar a Libia com Egito e Tunisia acho um equivoco. inocente. A OTAN parou, por enquanto, o movimento popular no mundo árabe. A OTAN nao pode abrir mao da Arábia Saudita e vizinhos, daí a mentira na Libia e Siria. Libia e Siria nao são levantes populares mas guerras étnicas sustentadas pela OTAN. É muito diferente!
Acredito, também que, quando a ficha cai, quando as pessoas, finalmente percebem que estao sendo enganadas, nao existe aparato repressivo que segure. O problema é que este nao foi o caso Libio, e nem é o caso Sirio. Mais uma vez, repito, é insustentavel defender Cadafi (nao entendi ainda porque complicam ao escrever o nome dele se o som é o mesmo e o que interessa é identificar a pessoa). Cadafi caiu nao por causa do levante popular, mas pelas armas, bombas, navios e jatos da OTAN (EUA e Europa ocidental ) que há séculos matam todo o mundo. Que inocencia!!!! Que inocencia!!! Muitas armas, muito petróleo, tudo isto misturado com históricos conflitos étnicos. Cadafi caiu por causa dos assassinos da OTAN. Há 500 anos os europeus matam os ¨indios¨, os infiéis muculmanos e judeus, os barbaros e selvagens. Continuam matando. O que a OTAN fez na Libia é assassinato em massa, mais uma vez, é desrespeito ao mínimo das normas direito internacional que eles (o ocidente) criaram. Que bobagem!!!

O texto do
VLADIMIR SAFATLE

Outro jogo

À medida que o tempo passa, ficam mais claras algumas linhas hegemônicas da chamada Primavera Árabe. Agora que a Líbia junta-se ao Egito e à Tunísia como o terceiro país a ter seu governo derrubado por levantes populares, notam-se duas coisas.
Primeira, quando começa um processo de negação política posta em circulação por massas descontentes, não há governo, por maior que seja seu aparato repressivo, que esteja seguro. Gaddafi fez apelo até a mercenários, mas nada disso foi suficiente. Quem imaginava em sã consciência, há um ano, que escreveríamos hoje sobre sua deposição?
Maquiavel costumava dizer que o objetivo do povo era "não ser oprimido". Ou seja, um objetivo meramente negativo, uma recusa que não enuncia necessariamente algum novo princípio de organização social.
Ao que parece, os árabes deram razão a Maquiavel.
Seus levantes não foram em nome de uma nova forma de organização (embora seja sintomático que a palavra mais usada seja "respeito"). Foram em nome do fim de uma mistura entre opressão política e desencanto econômico.
Por serem objetivos eminentemente negativos, muitas possibilidades estão postas na mesa para o dia seguinte. Certo é apenas que tais regimes, como o de Gaddafi, há muito deveriam ter desaparecido.
Deve-se notar ainda como aqueles que diziam temer a instalação de teocracias na região passaram, até agora, ao largo de tudo o que ocorreu.
Não são fundamentalistas que pegaram em armas para derrubar Gaddafi, muito menos "antiocidentalistas", nem são eles que definiram os rumos na Tunísia e no Egito.
O que vemos é uma população disposta a acreditar que o futuro está aberto para ela. E da mesma forma que não é possível dissociar a dor que sinto da crença de que sinto dor, não é possível dissociar o futuro que se abre da crença de que o futuro está aberto.
O segundo ponto é como a queda de Gaddafi pode reanimar o ímpeto popular na região. Vemos os massacres na Síria, mas não sabemos mais o que ocorre no Iêmen, no Bahrein e no Marrocos.
Para variar, temos prazer em mostrar as barbaridades contra os direitos humanos perpetradas por nossos inimigos, mas somos complacentes com as ditaduras amigas.
Por enquanto, a Arábia Saudita, a pior ditadura da região e o país mais fechado do mundo, passa, mais uma vez, incólume. Esperemos que os povos árabes percebam que, após Gaddafi, nada mais é impossível e que os levantes sejam amplos, gerais e irrestritos.
Mais uma vez, fica claro como as dicotomias herdadas do século passado (abertura política ou a luta contra o fundamentalismo, o nacionalismo ou o apoio a potências coloniais) deixaram de ter relevância. Agora, joga-se outro jogo.

VLADIMIR SAFATLE escreve às terças-feiras nesta coluna.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

656- Fernando Botero - Medelin - Colômbia

O Museu Botero em Bogotá reúne parte da obra deste magnifico pintor e escultor colombiano.


Para ver diversas obras de Botero clique no link abaixo:
http://www.google.com.br/search?q=Fernando+botero&hl=pt-BR&biw=1366&bih=667&prmd=ivnso&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=G-BSTsPlAqbE0AHX4pnjBg&ved=0CC4QsAQ

655- O exemplo da Islândia.

ENTREVISTA: viene de primera página... las protestas en Islandia HÖRDUR TORFASON El activista islandés lideró la rebelión contra su Gobierno

"Políticos y banqueros, a la cárcel"

LUIS DONCEL 22/08/2011

- En marzo, tras las protestas ciudadanas, Islandia decidió sentar en el banquillo a los responsables de arruinar al país modelo del bienestar.
Hördur Torfason sonríe cuando le hablan de la admiración que despierta su país, el único que ha decidido que los responsables de esta larguísima crisis purguen sus pecados. Y que lo hagan en la cárcel. A principios de junio, Islandia inició un juicio contra el ex primer ministro conservador Geeir H. Haarde por su decidida contribución a la tarea de transformar una isla envidiada por el resto del mundo en un país en el que el Gobierno pretendía que cada familia pagara 50.000 euros para saldar la deuda de sus bancos quebrados. "Todo esto no ha pasado solo en Islandia. En EE UU y en Europa también ha habido ladrones que nos han estafado", dice este activista de 65 años, impulsor de las protestas que acabaron con la élite que había mandado en Islandia durante años.
    Islandia

    Islandia

    A FONDO

    Capital:
    Reykjavík.
    Gobierno:
    República.
    Población:
    304,367 (est. 2008)


"Nos engañaron a sabiendas del daño que podían causar. Lo demostraremos"
"Cada sábado, varios miles de personas nos manifestábamos frente al Parlamento. Antes de irnos a casa, preguntaba a la gente si quería volver la semana siguiente. Siempre respondían que sí. Así lo hicimos", recuerda Torfason en Madrid. Ha viajado aquí invitado por los jóvenes indignados del 15-M, que escuchan boquiabiertos su relato. Las protestas pedían algo muy ambicioso: que se fueran todos los que mandaban. Gobierno, responsables del banco central y del supervisor financiero... Sorprendentemente, lo consiguieron. El actor reconvertido en líder social cuenta que su biografía tiene mucho que ver con lo que hizo durante esos meses tumultuosos en Reikiavik. "Cuando tenía 20 años me ofrecieron un buen puesto en una empresa. Lo pensé una semana y llegué a la conclusión de que un trabajo así me obligaría a hacer muchas cosas que no quería. Eran los años sesenta, y probablemente habría tenido que casarme con una mujer que hiciera de coartada en la oficina", recuerda Torfason, que más tarde se involucró en el movimiento de liberación gay.
La locura colectiva se apoderó de los islandeses durante los años de bonanza. Un país con 310.000 personas se convirtió en el segundo comprador mundial de la marca de lujo Bang & Olufsen, tan solo por detrás de Rusia, con casi 140 millones de habitantes. "Mi marido y yo queríamos cambiarnos de casa y entonces fui a pedir información al banco. Antes de abrir la boca, el empleado me dijo que podía irme de la oficina con una cantidad indecente de dinero en mi bolsillo. Los bancos hicieron todo lo posible para que la gente se endeudara por la mayor cantidad posible. Te ofrecían una soga para ponértela alrededor del cuello", asegura. Tras el sueño de la abundancia, el país se dio de bruces con la dura realidad: la inflación y el paro se desbocaron; al contrario que la corona y el PIB, que se desplomaron. Una inmensa oleada de furia y frustración inundó la isla de orgullosos vikingos.
Pero, ¿no cree que también tienen su parte de responsabilidad los ciudadanos que veían como héroes nacionales a los tiburones de las finanzas y querían cada vez más casas, más iPhones y más de todo? "No me gusta verlo de esa forma. Nos convencieron de que vivíamos en el país más feliz del mundo. Parecía que nada malo nos podía ocurrir. Nos engañaron de forma sistemática", responde.
Los banqueros no son los únicos destinatarios del monumental enfado de Torfason. Los políticos entran en el mismo saco. Cuando se le pregunta si el exprimer ministro debe ser encarcelado, no duda ni un instante. "Por supuesto. Él sabía lo que iba a pasar ocho meses antes de que llegara el crash y no hizo nada para impedirlo. Pero no es el único que debe ir a la cárcel. Todos los que participaron en esto, todos los banqueros deben pagar. No se trata de venganza, sino de justicia". Torfason asegura que sería capaz de perdonar si todo este caos se hubiera debido a un error. Pero no fue así. "Lo hicieron a sabiendas del daño que podían causar. Vamos a demostrarlo en el juicio". ¿Y cómo se puede probar eso? "Estamos trabajando en ello".

654- Quilombola esfaqueado - Coluna do Frei Gilvander


Segurança de fazendeiro esfaqueia Quilombola - Brejo dos Crioulos
Nota da CPT

 Ai de vós, que juntais casa a casa e que acrescentais campo a campo, até que não hajas mais lugar e sejais os únicos donos da terra.” (Isaías 5,8)

Na madrugada de hoje, 20 de agosto de 2011, por volta de uma hora da madrugada, no Território Brejo dos Crioulos, norte de Minas Gerais, local onde a comunidade luta pela conquista da sua Terra, o "segurança" Roberto Carlos Pereira do fazendeiro Raul Ardido Lerário, dono de um dos maiores latifúndios dentro do território, esfaqueou um Quilombola. Foram duas facadas em Edmilson de Lima Dutra (conhecido por Coquinho) que está em grave estado de saúde no hospital da cidade de Brasília de Minas. Roberto, foragido, há mais de 12 anos trabalha (sem registro) para o fazendeiro paulista Raul Ardido Lerário. Informações estas recebidas da Comunidade e do Cabo Ruan, da PM de São João da Ponte - BO número 1122 – REDS 2011-001486740-001. Roberto andava armado e já tinha feito ameaças de morte aos moradores, inclusive a Zé do Mário. A história dos empregados de Raul Ardido Lerário já é marcada pelo assassinato de Lídio Ferreira Rocha, há pouco mais de um ano, quilombola irmão de Francisco Cordeiro Barbosa – Ticão -, vice-presidente da Federação quilombola e liderança local. O assassino, João Borges, está com processo na justiça. 
A comunidade luta pela conquista dos seus direitos e pela titulação do território há mais de 10 anos. A morosidade do governo e a violência dos latifundiários, com suas milícias armadas, vêm aumentando a tensão em Brejo dos Crioulos. Outros Quilombolas já foram baleados pelos pistoleiros a mando dos fazendeiros. E os casos de violência e ameaça são freqüentes. Os fazendeiros mantêm um grupo de pistoleiros que vem aterrorizando a comunidade, o que caracteriza uma organização criminosa de milícias armadas. Com a situação alguns Quilombolas estão inseridos no programa de proteção aos ameaçados.
O processo de regularização está na Casa Civil para assinatura do decreto de desapropriação pela presidenta Dilma Rousseff. A não assinatura do decreto ou sua demora significa a continuidade desta violência com possibilidades de vidas serem ceifadas no futuro.

Até quando...??? Será necessário mais mortes e massacres?
      
Montes Claros, 20 de agosto de 2011

Comissão Pastoral da Terra
Minas Gerais

Contato para mais informações:
Com Paulo Faccion: cel.: 38 8825 0366
Tel.: (31) 3466-0202 – (31) 3481-5420

domingo, 21 de agosto de 2011

653- Cinema italiano II

Começamos com o filme "A Familia" do diretor Ettore Scola.
Um inteligente e bem humorado retrato da família italiana.
O segundo filme é "Candelabro Italiano".
Assisti este filme com meu pai em um cinema no centro da cidade, na rua Bahia com a Avenida Alvares Cabral, em frente à Faculdade de Direito da UFMG. Meu pai adora o tema do filme, e eu também.
"Al di la". Que musica linda.
Finalmente o genial Federico Fellini: "E la nave va".
É o que podemos dizer de nosso mundo, estranho, diverso, desigual, injusto e justo, às vezes, surpreendente, la nave va.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

652- A greve dos professores é justa? - Coluna do Frei Gilvander


A greve dos professores é justa?
Gilvander Luís Moreira(1)

No dia 16 de agosto de 2011, à tarde, participei de mais uma Grande Assembléia Geral das/os professoras/res da Rede Estadual de Educação do Estado de Minas Gerais, na Praça da Assembléia Legislativa, em Belo Horizonte, MG, Brasil. Essas trabalhadoras/se estão em greve há 70 dias (desde 08/06/2011) e decidiram manter a greve por tempo indeterminado. Era um mar de educadores! Cabe então a seguinte pergunta: essa greve é justa ou é condenável até mesmo em vista da longa duração?
Vejamos. Em Minas, há 3.700 escolas estaduais. Professor/a da Rede Estadual de Educação de Minas Gerais, com nível médio de escolaridade ganha, como vencimento básico, R$369,00; e com licenciatura plena, R$550,00. Diz o governo: “Além do vencimento básico, há gratificações e subsídios.” De acordo com o Ministério da Educação, o Piso Salarial Nacional, instituído pela Lei Federal 11.738/08, é, hoje, R$1.187,00 e, de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE -, deveria ser R$1.597,87. Relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado comprovou que o Governo de Minas não investe o percentual constitucional de 25% em educação pública. Na ADIN(2) 3.106, o Supremo Tribunal Federal – STF - reconheceu a inconstitucionalidade da compulsoriedade da contribuição descontada no contracheque das/os professoras/res de 3,2% (assistência médica) do IPSEMG(3). Em 2001, o Estado de Minas investia 30,57% em educação e em 2010 este percentual caiu para 16,08%.
O STF, em 06/04/2011, ao julgar a ADIN 4.167 definiu a composição do Piso Salarial: vencimento básico inicial da carreira do professor de nível médio de escolaridade, excluídas quaisquer vantagens e gratificações e deve ser aplicada uma proporção aos demais níveis e cargos da carreira. Logo, o governo de Minas está desrespeitando a Lei Federal 11.738/08, pois não está pagando o Piso Salarial Nacional.
A luta dos professores é pelo Piso Salarial Nacional: se não R$1.597,87, pelo menos R$1.187,00. Piso é piso – o mínimo -, não é teto. O governador de Minas, Sr. Antonio Anastasia, (PSDB + DEM) insiste em manter – fala até em aumentar – o subsídio, mas subsídio é subsídio, é ajuda complementar que pode ser retirada a qualquer momento.
O ponto dos grevistas foi cortado e o Governo mandou contratar professores, de forma precária, para substituir os educadores no 3º ano do segundo grau.
Em vez de investimento em políticas sociais públicas - moradia popular, reformas agrária e urbana, saúde pública, educação pública, preservação ambiental, economia popular solidária, transporte coletivo público, os governos Federal e Estadual estão canalizando os recursos públicos para a repressão, em nome da defesa social. Prisões e mais prisões estão sendo construídas, verdadeiras masmorras, campos de concentração. A cada dia cegonhas lotadas descarregam viaturas policiais. Policiais por todo lado. É a militarização da sociedade. Segue-se um projeto de encarceramento de massas – pobres, negros e jovens.(4) Em João Pinheiro, MG, cidade de 70 mil habitantes, por exemplo, após a construção de uma penitenciária com capacidade para 193 presos, muitos professores da Rede Estadual de Educação fizeram concurso para serem agentes penitenciários. Um professor, que a contragosto se tornou agente penitenciário, disse: “como professor não tinha mais condições de manter minha família. Como agente penitenciário, ganho acima de dois mil reais por mês.”
A greve está se fortalecendo por vários motivos. O Sindicato dos Trabalhadores da Educação – SINDUTE – está muito bem organizado. A remuneração injusta está causando grande sofrimento para as/os educadoras/res e para as suas famílias. Dezenas de outros sindicatos e dezenas de movimentos sociais populares, do campo e da cidade, engajaram na luta dos professores. Pelo exposto acima, percebo que a greve das/os professoras/res da Rede Estadual de Educação de Minas é justa e legítima.
Governador Antonio Anastasia, o ano letivo de 2011 dos estudantes será perdido? Se isso acontecer está claro que a responsabilidade não será dos professores que lutam justamente. A culpa é do Governo de Minas Gerais, contraditoriamente representado por um professor!

Belo Horizonte, 18 de agosto de 2011

1-Frei e padre carmelita, assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.brwww.gilvander.org.brwww.twitter.com/gilvanderluis
2-Cf. Constituição Federal, art. 212.
3-Ação Direta de Inconstitucionalidade.
4-Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais.
5- Cf. o Filme Tropa de Elite II.